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Porto de Santos recebe transtêineres elétricos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Os chamados e-RTGs são inéditos na região e passam a operar em 2024; objetivo é substituir equipamentos a diesel
 
A Santos Brasil adquiriu dez guindastes elétricos, sendo dois portêineres de cais, para embarque e desembarque das cargas nos navios, e oito e-RTGs (Rubber Tyred Gantry, também chamados de transtêineres elétricos), que fazem o movimento do contêiner do caminhão para a pilha no pátio e vice-versa. Os e-RTGs serão os primeiros a operar no Porto de Santos. A previsão é de que os equipamentos entrem em operação no primeiro trimestre de 2024.
 
Os e-RTGs foram transportados pelo navio Zhen Hua 35, oriundo do Porto de Xangai, na China, que atracou no Tecon Santos na manhã desta quinta-feira (16). O desembarque da carga deve levar cerca de oito dias.
 
O diretor de Desenvolvimento de Projetos da Santos Brasil, Bruno Stupello, afirmou que a companhia é a primeira entre os quatro terminais de carga conteinerizada do Porto santista a adquirir RTGs elétricos. “Esses são os primeiros equipamentos elétricos que vão iniciar operação no Porto de Santos”.
 
Os equipamentos integram iniciativas já em implantação pela companhia para se tornar carbono neutro até 2040. O projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos contempla investimentos de cerca de R$ 2,6 bilhões até 2031 para aumentar sua capacidade dos atuais 2,4 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) para 3 milhões de TEU.
 
“A meta é neutralizar as emissões de gás carbônico até 2040. A mudança dos equipamentos movidos a diesel para elétricos está dentro dessa estratégia”, disse Stupello.
 
A empresa investiu US$ 45 milhões (R$ 219,15 milhões na cotação do dia) nestes guindastes, sendo US$ 22 milhões (R$ 107,14 milhões) nos e-RTGs e US$ 23 milhões (R$ 112 milhões) nos portêineres, que atravessaram o oceano já montados na embarcação. Outros R$ 40 milhões serão investidos em obras de infraestrutura elétrica e civil para adequar o pátio do terminal aos novos equipamentos.
 
“O plano é fazer a mudança gradativa até que tenhamos 100% dos equipamentos de pátio elétricos. Os portêineres de cais já são todos elétricos, esses dois que estão chegando são equipamentos de maior capacidade, com dimensão suficiente para atender aos grandes navios, os 366 metros (comprimento)”, comentou.
 
Quanto aos e-RTGs, Stupello disse que o diferencial é que são movidos a eletricidade e híbridos, ou seja, podem ser operados de forma local ou remota. Já na quantidade de movimentação de contêineres empilhados, são semelhantes aos já existentes.
 
“Nós adquirimos ainda mesas de operação, para que a operação possa ser feita dentro do centro de controle, no prédio administrativo, trazendo ainda mais segurança para os operadores”.
 
Infraestrutura
 
Os oito e-RTGs se somam aos demais 39 RTGs a diesel em operação. Já com os dois novos portêineres, a frota de guindastes de cais do terminal passará para 13, todos elétricos.
 
A substituição de um RTG tradicional por um modelo elétrico permite a diminuição de cerca de 21 toneladas de CO2/mês de emissões de gases de efeito estufa (GEE). A eletrificação total dos guindastes de pátio (RTGs) levará a uma redução de 97% das emissões de GEE desses equipamentos no terminal. Serão 713 toneladas de CO2/mês a menos lançadas na atmosfera, trazendo um enorme ganho ambiental. O aumento do consumo de energia do Tecon Santos será compensado por meio da compra de energia renovável (I-REC).
 
Equipamentos
 
Os dois portêineres recebidos foram fabricados pela empresa chinesa ZPMC. São elétricos, têm 50 metros de altura, do cais à lança, e 70 metros de comprimento de lança, além de capacidade para movimentar até dois contêineres de 20 pés cheios ao mesmo tempo e até 100 toneladas de carga. Como os dois últimos guindastes de cais recebidos em 2020, os novos equipamentos têm a tecnologia TPS (Truck Position System - sistema de posicionamento de carretas), que define de forma precisa o local de parada dos veículos para as movimentações de embarque e descarga.
 
Sustentabilidade
 
Para o diretor-presidente da Santos Brasil, Antônio Carlos Sepúlveda, a troca do diesel por eletricidade é fundamental no processo de descarbonização da companhia. “Estamos iniciando um movimento importante para o crescimento sustentável do porto, aumentando a capacidade do Tecon Santos sem impactos significativos no meio ambiente. Ganham a sociedade, o setor e a companhia”, disse.
 

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