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Caminhoneiros do Porto de Santos prometem greve por vacina contra a covid-19

Fonte: A Tribuna On-line
 
Profissionais autônomos pretendem cruzar os braços nesta quinta-feira (10)
 
 
Cansados de esperar por um posicionamento do Governo Federal sobre a vacinação contra a covid-19, os caminhoneiros autônomos do Porto de Santos prometem cruzar os braços por 24 horas nesta quinta-feira (10). O plano foi anunciado pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam) e mais 15 entidades que representam a categoria. Caso não sejam atendidos, a ideia é repetir o movimento.
 
Até agora, foram vacinados os portuários avulsos, os funcionários de terminais, da autoridade portuária e de órgãos anuentes. Porém, diante dos anúncios de que todos os envolvidos nas atividades do Porto serão imunizados, os caminhoneiros aguardam a vez, assim como diversas outras categorias. Entre elas, estão agentes de navegação, fornecedores de bordo e vistoriadores de navios.
 
“Devido ao nosso descontentamento em relação ao descaso que vem ocorrendo por parte do governo federal, estadual e municipal para esta categoria de caminhoneiros autônomos, que até a presente data não foi apresentado um plano de vacinação para os mesmos, estamos convocando toda a categoria para a realização de uma paralisação de advertência de 24 horas”, afirmou a diretoria do Sindicam, em ofício enviado à comunidade portuária.
 
De acordo com o presidente da Associação dos Caminhoneiros do Estado de São Paulo (Acesp), Alexsandro Viviani, o objetivo da paralisação é chamar a atenção das autoridades. “Todo aquele trabalho atendido pelo caminhoneiro autônomo de Santos, seja de vazio ou de cheio, será paralisado”.
 
Presidente da Câmara Municipal de Guarujá, José Nilton Lima de Oliveira (PSB), o Doidão, também apoia o movimento. “O Governo Federal esqueceu de estender a vacina aos caminhoneiros. Em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), onde nem tem porto, já estão sendo vacinados. Em Santos, que tem o maior porto, quase 8 mil caminhoneiros que fazem retirada de contêineres e escoamento da produção, não foram contemplados”, afirmou.
 
O parlamentar, que também é presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres do Litoral Paulista (Sindcon), afirmou que o plano não é bloquear o acesso ao Porto. “Não é sábio adotar uma linha de confronto. Somos donos dos nossos caminhões. É só ficarmos em casa que os armadores e terminais vão sentir e fazer pressão”.
 
A paralisação dos caminhoneiros é mais um movimento de trabalhadores do Porto pela imunização conta a covid-19. Primeiro, os guardas portuários protestaram e conseguiram ser vacinados junto com os demais profissionais que atuam no Sistema Unificado de Segurança Pública.
 
Depois, trabalhadores avulsos ameaçaram uma paralisação e fizeram diversas manifestações. Eles também conseguiram a imunização em campanha iniciada no último dia 1º.
 
Repercussão
 
Procurado, o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) apontou que a paralisação pode causar um “grande impacto” ao Porto de Santos.
 
“O Sopesp apoia a vacinação para todos os brasileiros e acredita que o melhor caminho é o diálogo entre a categoria e o Ministério da Infraestrutura. Acreditamos que assim, uma solução seja encontrada”, destacou a entidade, em nota.
 
Já, segundo o Ministério da Infraestrutura, a manifestação prevista “não vai impactar nas operações do Porto de Santos”. A pasta informou que “aguarda o desdobramento do movimento para avaliar as reivindicações que poderão ser feitas”.
 
Para o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, a paralisação vai afetar, principalmente, a movimentação dos contêineres vazios para os terminais e no granel sólido. “Se for um movimento que se alastre por muito tempo, aí sim, podem surgir reflexos operacionais”.
 
Mesmo ciente das ameaças dos caminhoneiros, a Autoridade Portuária de Santos (APS) afirmou que só se manifesta sobre fatos e não se antecipará a comentar o movimento.
 

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