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Entenda como a tecnologia é utilizada para monitorar seu trabalho

Fonte: Época Negócios
 
Empresa americana de tecnologia implanta dispositivo do tamanho de um grão de arroz sob a pele de funcionários
 
Nada escapa dos olhos dos empregadores. Computadores, idas ao banheiro e até as nossas emoções: tudo está sendo monitorado, e a tecnologia se tornou uma das principais aliadas disso. Na Three Square Market, uma empresa americana de tecnologia, 72 funcionários já usam um dispositivo do tamanho de um grão de arroz implantado sob a pele, e até o CEO aderiu à nova tecnologia.
 
E se você acha os microchips uma ideia bizarra, saiba que as empresas estão criando novas formas para monitorar seus funcionários.
 
Algumas companhias na China estão utilizando sensores em capacetes e chapéus que examinam ondas cerebrais dos trabalhadores para detectar fadiga, estresse e até mesmo emoções. 
 
Além dos sensores e microchips, você pode ser monitorado pelas teclas digitadas no computador e ser fotografado pela webcam, até mesmo quando trabalhando remotamente. Na sede das empresas, funcionários podem ser equipados com crachás que rastreiam sua localização e monitoram tom de voz, com que frequência falam em reuniões, com quem falam e por quanto tempo.
 
Você pode não saber, mas os trabalhadores sempre foram observados e a tecnologia sempre foi usada para isso.
 
No Reino Unido, as empresas podem usar a webcam do computador para ver se você está na sua mesa, desde de que haja uma justificativa para esse monitoramento. Também devem comunicar previamente os funcionários e alertá-los sobre a política de mídia social, conforme explica Philip Landau, sócio da Landau Law Solicitors e especialista em direito trabalhista ao The Guardian.
 
Mas por que o seu chefe quer vigiar você? Saber o quanto você é produtivo pode ser uma das justificativas. Em seu livro Hired: Six Months Undercover in Low-Wage Britain (ou Contratado: Seis Meses Disfarçado na Grã-Bretanha de Baixa Renda), o jornalista James Bloodworth relata suas experiências na Amazon como uma espécie de “catador” que localiza os produtos encomendados.
 
“Cada vez que você pega um item, há uma contagem regressiva [para chegar ao próximo item] que mede sua produtividade”, diz ele. “Você também recebe lembretes pelo dispositivo dizendo que precisa aumentar sua produtividade”.
 
Não é fácil se opor à vigilância constante quando se busca trabalho, e há quem, mesmo em empregos bem remunerados, aceitem ser vigiados. Ao The Guardian, André Spicer, professor de comportamento organizacional na Cass Business School, diz que casos como este fazem parte da ideia de querer melhorar e otimizar o próprio serviço.
 
“Muita tecnologia é projetada não apenas para fornecer dados sobre seu desempenho para o seu chefe, mas também para você”. É o que fazem empresas como IBM, BP, Bank of America, Target e Barclays, que oferecem aos funcionários pulseiras Fitbit, que permitem rastrear passos, calorias e até mesmo a qualidade do sono.
 
Apesar do controle, a vigilância pode ter aplicações positivas. Ela pode ser usada para prevenir o assédio e erradicar preconceito e discriminação. Estudos sobre esse tipo de atividade nas corporações utilizou sensores para rastrear o comportamento e a interação com a gerência, e descobriu que mulheres e homens se comportavam da mesma maneira, desafiando a crença de que as mulheres não são promovidas por conta de sua baixa produtividade.
 

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