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Descentralização de cargas não afeta o Porto de Santos; entenda
Fonte: A Tribuna On-line
Especialistas dizem que infraestrutura local favorece escoamento
O Porto de Santos não perderá cargas, mesmo com o plano do Governo Federal, anunciado nesta quinta-feira (7), de descentralizar a distribuição das commodities para exportação para vários portos brasileiros, evitando acúmulo no cais santista. Especialistas ouvidos por A Tribuna afirmam que esse risco é minimizado pela alta demanda e porque Santos tem maior infraestrutura rodoferroviária.
Para o consultor portuário Ivam Jardim, especializado em logística e transportes, “a descentralização do escoamento de grãos não deve impactar o Porto de Santos no curto prazo, pois essa carga só migrará se houver uma alternativa logística ferroviária mais barata, e investimentos ferroviários demandam tempo para sua execução”.
Ele observou ainda que mesmo que parte do volume seja direcionada para portos do Arco Norte, como Itaqui (Maranhão), Santarém e Barcarena, ambos no Pará, o crescimento da produção agrícola garantirá que a movimentação geral continue aumentando. “Resultando em uma redistribuição das cargas entre os portos, e não em uma perda para Santos”.
Jardim ressaltou ainda que “Santos é o porto mais bem servido do País em infraestrutura ferroviária, o que reforça sua competitividade e assegura que, no horizonte imediato, não haverá impactos significativos na movimentação de grãos”.
O diretor da Graf Infra Consulting e professor do MBA de Gestão Portuária da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rodrigo Paiva, entende que é muito difícil alterar a logística de movimentação de grãos em curto e médio prazos.
“O Arco Norte, por exemplo, demorou muito tempo para se consolidar. É necessário que seja criada a infraestrutura para que a logística mude, no longo prazo. Isso não quer dizer que, pontualmente, alguns players não possam procurar alternativas, caso entendam que os atuais terminais não os atendem de forma eficiente”.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no ano passado, o Porto de Santos movimentou 43,6 milhões de toneladas de grãos e fertilizantes, entre janeiro e novembro. Esse volume corresponde a 20,3% do total escoado no País nos 11 meses do ano.
Plano
O Governo Federal anunciou um plano de escoamento que abrange investimentos nas malhas rodoviária e ferroviária que servem de corredores da safra no Arco Norte e no Arco Sul/Sudeste.
Na quarta-feira (5), o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, declarou à Reportagem que está alinhado com ao plano do Governo Federal, que visa utilizar toda a infraestrutura nacional para escoar os produtos.
Ele ressaltou que isso não significa que o Porto de Santos perderá cargas. Ao contrário, ele diz que Santos vai continuar com o gráfico crescente de movimentação de cargas, principalmente do agro. E, tendo em vista a safra recorde prevista para este ano, há necessidade da utilização de outras infraestruturas portuárias do País.
A Conab estima que a safra 2024/2025 alcance 322,3 milhões de toneladas de grãos, um aumento recorde de 8,2% em relação à anterior, de 297,8 milhões de toneladas.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, apontou, durante a apresentação do Plano de Escoamento, na quarta-feira, que as perspectivas para este ano incluem a ampliação dos investimentos no Arco Norte, de R$ 2 bilhões para R$ 2,6 bilhões, e no Arco Sul/Sudeste, de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,9 bilhão, com a meta de atingir 90% de melhorias na malha rodoviária das duas regiões.
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