Artigos e Entrevistas

Manda embora o Artur!

Fonte: A Tribuna On-line / Roberto Teller*
 
Os seres humanos possuem habilidades para desenvolverem o melhor de si, mas muitas vezes precisam redirecionar esforços
 
Começo esta minha primeira coluna em A Tribuna com um agradecimento ao jornal, de grande prestígio em nossa comunidade portuária e em toda a Baixada Santista, a quem devo muito pelos meus anos de atuação em terminais portuários e no Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), que presidi durante um triênio, sendo sempre bem recebido. Meus textos serão focados em gestão portuária, tratando de temas como liderança, propósito, hard skills (formação), soft skills (posicionamento e comportamento), KPIs (indicadores chaves de processos), metas e objetivos, entre outros.
 
Sobre o título deste texto, não se preocupem: o Artur é apenas um personagem fictício. Tenho uma certeza inabalável em algo que vai na contramão do que os executivos, de maneira geral, pensam: acredito que todos são insubstituíveis. Isso quebra o paradigma repetido desde que começamos nossa carreira profissional: “Todos são substituíveis, se não serve, troque logo o profissional”.
 
Sei que vocês devem pensar que quero apoiar aqueles que não produzem ou que vivem do assistencialismo de maneira geral, mas não é o caso, pois acredito na meritocracia como uma poderosa ferramenta de incentivo e que gera motivação, bem como alavanca os resultados das melhores empresas.
 
Todos os seres humanos possuem habilidades para desenvolverem o melhor de si, mas muitas vezes precisam redirecionar seus esforços, buscando atingir seus maiores potenciais. Uma função primordial de qualquer líder é entender quais são os principais gaps (lacunas) e aprimorar o colaborador por meio de capacitações, formações, direcionamento e muito feedback (devolutiva).
 
Essas conversas, em especial, podem ser semanais - através do one-to-one (individuais) -, mensais, bimestrais ou trimestrais, buscando desenvolver todas as necessidades para que o profissional liderado busque seguir em direção a seus objetivos, perseguindo suas metas. O dia a dia extremamente atribulado do líder muitas vezes o faz querer substituir o liderado, caso este não esteja performando nem entregando metas estabelecidas em acordo nos orçamentos anuais.
 
Trata-se de um problema muito comum, mas é preciso pensar que se torna muito oneroso a qualquer empresa contratar, demitir e recontratar outro profissional. Além, é claro, do fato do colaborador levar um tempo de curva de aprendizado de suas funções e da cultura da empresa, entrando assim muitas vezes em um ciclo vicioso.
 
Quando o líder entende quais são as melhores habilidades de cada um de seus liderados, deve desenvolver através de PDIs (planos de desenvolvimentos individuais) o melhor para cada um dos seus profissionais do time. Com isso, todos começam a se motivar mais, uma vez que entendem que estão preenchendo as lacunas desenvolvendo suas melhores habilidades, bem como por meio de processos como esses seus comportamentos e posicionamentos perante a empresa e o líder se modificam completamente.
 
A motivação é sempre aquilo que te move para a ação, individualmente. Quanto melhores forem as condições, o ambiente e a cultura, melhores serão todos os resultados. Antes de demitirem o Artur, tentem entendê-lo e ajudá-lo. Verão como isso transforma a vida de vocês, do Artur e da empresa!
 
*Roberto Teller, consultor sênior de Infraestrutura na Alvarez & Marsal, mentor e executivo no setor portuário
 

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