Artigos e Entrevistas

Maré alta para a tecnologia

Fonte: A Tribuna On-line / Ricardo Pupo Larguesa*
 
Necessidade de modernização e expansão da infraestrutura cria oportunidades
 
À medida que adentramos 2024, observo uma maré crescente de tecnologia e inovação no setor portuário. Graças às tendências tecnológicas disruptivas recentes, vejo esse movimento não apenas como uma onda passageira, mas como uma transformação que pode redefinir o horizonte logístico.
 
No Brasil, os portos enfrentam um desafio significativo: a necessidade de modernização e expansão da infraestrutura. Esta necessidade cria oportunidades para investimentos que podem aumentar a eficiência e a capacidade dos nossos portos. No entanto, as incertezas sobre as taxas de frete, influenciadas por fatores econômicos e geopolíticos, surgem como um aspecto crítico que pode afetar os investimentos no setor.
 
Olhando para além das fronteiras do Brasil, percebo uma tendência crescente em práticas sustentáveis, especialmente em mercados mais maduros. A ênfase em reduzir a pegada de carbono e melhorar a sustentabilidade geral das operações portuárias reflete um compromisso global com o meio ambiente. E isso reflete aqui, gerando mais oportunidades também.
 
A adoção de tecnologias como inteligência artificial (IA) e automação é palpável. O investimento do Porto de Itapoá (SC) em guindastes semiautomatizados, por exemplo, ilustra como a automação pode trazer eficiência e reduzir custos operacionais. No cenário global, os desafios climáticos e as tensões geopolíticas impõem mudanças significativas nas rotas comerciais e na segurança dos transportes marítimos.
 
Neste contexto, a sustentabilidade e a resiliência da cadeia de suprimentos se tornam focos centrais. Com a adoção de tecnologias mais limpas e a criação de cadeias de suprimentos mais adaptáveis, o setor se prepara para um futuro mais sustentável e resistente.
 
O mercado global de infraestrutura portuária, previsto para crescer significativamente até 2032, evidencia um avanço em diversas regiões, incluindo a América Latina. Este crescimento é um testemunho do potencial latente que está sendo despertado.
 
Contemplando essa maré tecnológica que se avoluma, ficamos otimistas. O setor portuário está em um ponto de inflexão, pronto para abraçar as ondas de mudança que trazem consigo inovações transformadoras e oportunidades sem precedentes. Estamos à beira de uma nova era para os portos, especialmente no Brasil. Uma era que será marcada por avanços tecnológicos e compromissos sustentáveis que moldarão não apenas o futuro do comércio, mas também o futuro do nosso planeta.
 
*Ricardo Pupo Larguesa, engenheiro de computação, sócio-fundador da T2S, professor e pesquisador na Fatec Rubens Lara
 

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