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"Só no Porto de Santos, temos mais de 14 projetos sendo analisados", revela Mariana Pescatori

Fonte: A Tribuna On-line
 
Indicada para assumir Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários concede entrevista para A Tribuna
 
Primeira mulher a ser indicada para assumir a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Mariana Pescatori esteve em Santos e Guarujá na última quinta-feira, junto com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. O anúncio do nome dela para o cargo, antes ocupado por Fabrizio Pierdomenico, aconteceu na segunda-feira passada. Engenheira civil formada na Universidade de Brasília (UnB), Pescatori é mestre em Planejamento Estratégico na área de Aviação Civil pela École Nationale de l'Aviation Civile (França), tem MBA em Engenharia e Gestão Portuária pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e fez intercâmbio em Planejamento Estratégico, Operações Marítimas e Transporte Marítimo na Universidade do Porto, em Portugal. Servidora de carreira da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Mariana Pescatori integra a equipe da secretaria desde 2010, quando a estrutura ainda pertencia ao Ministério de Transportes, Portos e Aviação Civil. Ela foi também diretora da atual Infra S.A. e, atualmente, acumula a função de presidente do Conselho de Administração (Consad) do Porto de Santos. Durante sua passagem pela Baixada Santista, Mariana Pescatori conversou com A Tribuna sobre os desafios à frente da secretaria.
 
Quais são os principais desafios para sua gestão?
 
Nós vamos dar continuidade a muitos projetos que estavam sendo feitos na Secretaria e no Ministério. A gente entende que a política portuária deve ser uma política de Estado. Então, já tem uma carteira de projetos de novos arrendamentos. São mais de 50 a serem realizados nos próximos quatro anos nas diversas regiões do País. Pegamos todos os contratos que estavam vencidos e estamos modelando as licitações para esses arrendamentos. Além disso, temos uma agenda muito grande de prorrogações. Só aqui no Porto de Santos, temos mais de 14 projetos sendo analisados nesse momento, entre prorrogações, que são importantes para o Porto, de contêineres e de granéis. E também há termos de investimentos imediatos, que os terminais também solicitaram e que estão sendo analisados. Só a agenda de Santos envolvendo prorrogações tem mais de R$ 5 bilhões em investimentos que estão sendo analisados na Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários.
 
E os contratos vigentes?
 
Temos também uma carteira grande de contratos vigentes. No novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a gente tem, pelo menos, 65 contratos que vai monitorar, que já são investimentos contratados. Essa carteira representa, pelo menos, R$ 20 bilhões de investimentos em contratos vigentes, que já estão contratados e que serão executados nos próximos anos.
 
No Porto de Santos, qual a senhora destacaria como a mais importante dessas prorrogações, por exemplo?
 
A vantajosidade da prorrogação da BTP (Brasil Terminal Portuário). A gente está agora no Tribunal de Contas da União (TCU). Antes, já passou pela análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Acho que seria a principal prorrogação que está na pauta, mas há outras sendo analisadas para manifestação da Autoridade Portuária de Santos (APS) em termos de vantajosidade para seguirmos adiante.
 
Seu antecessor na Secretaria, Fabrizio Pierdomenico, é de Santos. A senhora conversou muito com ele? O que ele passou em termos de legado e estilo de trabalho?
 
O Fabrizio foi quem me levou para o setor portuário há mais de dez anos. Ele deixa um legado de muito tempo. E ele que me trouxe novamente agora. Eu estava como diretora de outorgas na Secretaria. Ele possui um conhecimento excepcional do setor portuário e deixa um grande legado. Nesses meses em que o Fabrizio esteve à frente da Secretaria, tivemos dois leilões que foram realizados e grandes investimentos sendo autorizados. Ele deixa também um grande desafio para mim: sucedê-lo.
 
A senhora é a primeira mulher indicada a assumir a Secretaria. Isso poderia não ser mais novidade, mas continua sendo...
 
É natural. O setor portuário é mais masculino, mas temos grandes referências no setor, como a diretora da Antaq, Flávia Takafashi, e acho que é uma grande responsabilidade assumir a Secretaria neste momento. Somos poucas e estamos abrindo caminho para as próximas. Acho que é simbólico porque é um espaço que tem que ser ocupado também por mulheres, que são profissionais muito competentes. Não estamos ali porque somos mulheres, mas porque somos competentes.
 
Falamos de portos. E os transportes aquaviários? O que a Baixada Santista pode avançar nessa área?
 
O ministro (Silvio Costa Filho) tem tratado muito da questão de financiamento. Estamos com o Fundo da Marinha Mercante na Secretaria. A gente teve um contingenciamento, ano passado, do superávit nesse fundo. Foram R$ 8 bilhões. Agora, o ministro está tratando para ter um descontingenciamento de, pelo menos, parte desse recurso para que a gente possa ter mais financiamento de barcaças, de embarcações para o setor. E eventualmente também no setor portuário. A própria lei denominada BR do Mar expandiu as possibilidades de uso do Fundo da Marinha Mercante, inclusive para financiamento do setor portuário. Estamos traçando uma política de priorizações e tentando também descontingenciar os recursos. Temos muito trabalho pela frente.
 

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