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Sindicatos como agentes da geração de trabalho no Porto de Santos

Fonte: Editorial Portogente
 
"Enquanto as estruturas mudam, velhas formas podem expressar funções novas e funções velhas podem achar sua expressão em novas formas." (E.P. Thompson)
 
Entre os desafios globais, merece destaque a geração de empregos, paradoxalmente ameaçados por outras prioridades, como a tecnologia e a segurança digital. O que se assiste de evolução na inteligência artificial (IA) não deixa qualquer dúvida sobre a urgência de se refletir o futuro do trabalho. Consequentemente, debater o papel que terá o sindicato nessa realidade, que, meio século atrás, era apenas ficção científica.
 
As opiniões mais dominantes sobre a próxima sociedade salarial projetam que o papel do sindicato permanece fundamental. Fotos de cem anos atrás de fila de trabalhadores embarcando sacaria no Porto de Santos, comparadas com o embarque hoje por contêiner, são autoexplicativas. Há mais de vinte anos já operam terminal, no Porto de Roterdam, na Holanda, totalmente automatizado, a partir do guindaste de cais. Sindicalistas e portuários de Santos assistiram essa realidade.
 
No dia 27 de junho próximo, evento organizado pelo professor Sérgio Cutrim, da Universidade Federal do Maranhão (UFM), o seminário “Como a tecnologia e a ciência de dados estão revolucionando um setor tão tradicional e milenar” sobre o impacto das tecnologias na atividade portuária - nesse dia, o link de acesso às palestras estará disponível na home do Portogente. Uma reflexão necessária para perceber e adaptar os sindicatos para tratar adequadamente com o novo assentamento do trabalho nos portos.
 
Não se concebe economia, como a conhecemos, sem salário. Um debate amplo em que o trabalho portuário tem peculiaridades e deve adotar novas formas de negociar, especialmente, o nível de ocupação. Conforme a Federação Internacional de Robótica (FIR), nos países com maior aplicação de robôs o mercado de trabalho se aproxima do pleno emprego. No caso do complexo portuário de Santos, como Portogente tem exposto, há muitas possibilidades, para resultado de boas práticas políticas.
 
A história do sindicalismo no Porto de Santos é um capítulo destacado do trabalho portuário, no mundo. O presidente Lula nasceu e cresceu politicamente como líder sindicalista. Garantir trabalho e ganho no porto implica produtividade e crescimento. No horizonte do papel dessa atividade é também preciso conquistar o desenvolvimento de projetos competentes e robustos, de modo a expandir a capacidade de movimentação de carga com competitividade.
 
Pensar e reivindicar a logística e a distribuição física adormecidas no potencial de trabalho portuário, no entorno do porto, são fatores na formatação do modelo de organização e representação dos trabalhadores do Porto de Santos. Caso contrário, será como correr atrás de vento, em vez do futuro.
 

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