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Porto de Santos rumo ao seu destino

Fonte: Editoial Portogente
 
Uma estratégia inclusiva de municípios e de redes mundiais do comércio.
 
Em boa hora o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), assume a presidência da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos (FPPA). Acerta, ao se comprometer com o desenvolvimento do porto indústria como estratégia para inovação do complexo portuário de Santos e prosperidade da Região Metropolitana da Baixada Santista. O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França e o secretário nacional de Portos, Fabrizio Pierdomenico, todos os três desta região, conhecem as prioridades do Porto de Santos e têm liderança regional e nacional.
 
Construir o túnel submerso ligando as margens do canal de acesso ao porto e, também, o porto oceânico fomentando o porto-indústria, é a base do sucesso dos grandes portos mundiais. Otimiza as variáveis agilidade, escala e comércio, fundamentais para ser competitivo. A indústria junto ao fluxo do comércio marítimo reduz tempo e custos logísticos bem como agrega eficácia ao drawback – decreto lei 37/66 – isentando de impostos a aplicação de componentes importados no produto de exportação; elimina também custo e tempo do seu transporte. É preciso construir um novo caminho. Como os Guinle construíram, exitosamente, o Porto de Santos em 12/7/1888 e nele permaneceram até 7/11/1980.
 
Porto e indústria são atividades complementares: uma é a razão da outra na potência do comércio marítimo. A história desse modelo de arranjo produtivo-comercial junto ao Porto de Santos na década de 60 tem capítulos trágicos, de repercussão mundial. A produção do pó-da-china pela francesa Rhodia e o incêndio da Vila Socó por vazamento de combustível no oleoduto da Refinaria Presidente Bernardes provocaram centenas de mortes. Hoje o licenciamento, controle, fiscalização e monitoramento das instalações industriais e portuárias são rígidos e eleva a segurança à natureza e à vida humana. Ainda assim, encravado entre a zona urbana de Santos e o porto, no distrito industrial da Alemoa são toleradas práticas incompatíveis com os padrões forçosos de sustentabilidade e governança.
 
A Era Metaverso que bate à porta, juntamente com o blockchain como tecnologia de banco de dados gerenciado, é uma revolução cultural e tecnológica: um futuro apressado e rigoroso. Como sempre acontece nesse tipo de transição, ocorrem desemprego e mudança de paradigma de trabalho; ao redor do mundo, consumidores e empreendedores respondem. É preciso antídoto, em forma de transição suave e urgente. Este será um papel relevante do Porto de Santos 2050. Numa região, cuja história da sua economia precisa ter continuidade e expansão inovada com a indústria verde e cujos avanços, pela força do comércio marítimo, influencia a prosperidade de toda a sua hinterlândia. Como é contada a história do pujante estado de São Paulo, o mais rico do Brasil.
 
Construir o túnel submerso no canal de acesso ao principal porto do hemisfério sul e, também, o seu porto oceânico com mais profundidade para receber os grandes navios mundiais, são obras que impõem gestão técnica de excelência, muito acima de relações políticas, critério corriqueiro nas indicações de diretores de estatais. O governo Lula tem de acertar e complementar essa história, que o presidente viveu na sua infância, quando morou no Guarujá: vendia cocadas que sua mãe fazia e seu pai era trabalhador, nesse porto.
 

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