Artigos e Entrevistas

Cluster das cidades hidroviárias do Porto de Santos

Fonte: Editorial Portogente
 
Desenvolvimento regional com comércio marítimo internacional
 
Convém dar prosseguimento ao estudo elaborado pela antiga Secretaria Nacional de Portos – SEP, para implantação de hidrovias conectadas ao Porto de Santos, na Baixada Santista. São sete municípios banhados por cursos de água navegáveis que desaguam no canal do principal porto do hemisfério sul. À época, era diretor da SEP o atual secretário de Portos do governo Lula, Fabrizio Pierdomenico. Em 2009, Portogente promoveu debate dessa questão com os representantes desses municípios, na sede da Codesp. Todos apoiaram e mostraram interesse em levar adiante a proposta.
 
Foz hidroviária no canal do Porto de Santos
 
O estudo da SEP, com título Estudos Hidroviários da Baixada Santista, demonstrou que” o aproveitamento físico dos rios e canais dessa região, para o transporte de cargas e passageiros, pode perfeitamente contribuir como uma solução logística viável , tecnicamente, contribuindo, também, como fator de redução de emissão de gases poluentes e de diminuição de acidentes”. Portanto, uma solução logística, socioeconômica e aprimorada da relação porto-cidade. Convém destacar: vias fluviais navegáveis para comboios com carga em contêineres e parcialmente com cargas a granel.
 
A Autoridade Portuária em parceria com a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos – AEAS promoveu seminário com resultados favoráveis à implantação dessa logística, tão antiga e clássica nas cidades europeias. Talvez por conta dos muros que por noventa anos separaram o porto da cidade, os prefeitos das cidades vicinais carecem da percepção do valor extraordinário de poder usufruir de conexões com o comércio marítimo internacional. A Agência Metropolitana da Baixada Santista- AGEM também participou desses encontros.
 
Em Praia Grande, segue em avançado estado de implantação a plataforma logística Andaraguá, para produção e comércio marítimo, como um relevante polo do Porto de Santos, incluindo um aeroporto. Indústria verde é o paradigma da produção moderna. Determinar a sua localização implica na análise do escoamento da sua produção. Ao falar do comércio marítimo, tem relevância o potencial de novos e pujantes mercados além-mar. Na ótica conjuntural, estamos falando de desenvolvimento regional.
 
Cabe à Autoridade Portuária o papel de despertar e aglutinar esses propósitos. O ministro de Portos, Márcio França e o secretário de Portos, Fabrizio Pierdomenico, anunciam esse horizonte. Uma nova mentalidade portuária comprometida, efetivamente, com a sua região. O Porto de Santos não suporta mais desaforos, sem perder posicionamento, num momento em que o mundo faz uma transição forte de paradigmas. Os prefeitos das cidades vicinais ao porto têm pouca ou nenhuma percepção do potencial portuário da sua cidade.
 
O processo tecnológico, especialmente na comunicação e produção, alterou a economia mundial no sentido de quebrar fronteiras e tornar os mercados mais próximos. O projeto do Porto de Santos é participar plenamente, com sua história centenária e exitosa, desse novo momento. Hidrovias da Baixada Santista é um projeto avançado, com meta na formação de aglomerado (cluster), para movimentar mais, atrair investimentos intensivos e crescer.
 

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