Notícias

Atraso nas rotas dos navios cria gargalo para as exportações no Porto de Santos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Terminais brasileiros registraram até 90% de programações fora do estabelecido, afirma diretora da Antaq
 
Um novo e preocupante gargalo nas exportações brasileiras foi detectado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), após uma série de reuniões com armadores, terminais portuários, importadores e exportadores que atuam no Brasil. Em entrevista exclusiva, a diretora da agência, Flávia Takafashi, explicou que o atraso nas rotas de navios que embarcam produtos nos portos brasileiros é hoje o principal problema do tráfego internacional de carga marítima no País.
 
Ela explica que o cenário logístico atual no Brasil é reflexo do atraso somado aos cancelamentos de embarques em alguns portos. “A gente chama esse processo de omissões de escala”, explica Flávia, dizendo que os problemas foram identificados no grupo de trabalho (GT) estabelecido pela Antaq para analisar os impactos da crise de contêineres no setor portuário brasileiro, conforme divulgado na última semana por A Tribuna.
 
“É um problema (atraso nas notas de navios) que começou com a falta de contêiner, mas hoje essa falta acaba não sendo um fator tão relevante para o mercado brasileiro”, ressalta a diretora, explicando que o Brasil também registrou falta de caixas metálicas, mas com menos intensidade. De acordo com Flávia, as linhas de contêineres nos terminais brasileiros são pré-agendadas, contudo ainda assim começaram a sofrer atrasos.
 
“Houve terminais que estavam registrando 90% de atrasos. Ou seja, 90% do que chegava no terminal estava fora da programação inicialmente estabelecida”, enfatiza, para em seguida constatar que, em linhas gerais, foi constatada uma média de 60% a 70% de atraso nessas linhas de navegação nos portos brasileiros. “Isso acaba gerando gargalo nos berços dos terminais porque, às vezes, um navio atrasa e chega no momento que, em tese, seria atracação de outra embarcação”.
 
Além do congestionamento nos berços, os pátios também são prejudicados. “Eles precisam se reprogramar por conta dos atrasos”, diz Flávia. Porém, a diretora da agência ressalta que as omissões de escala causam um transtorno ainda maior. Segundo ela, os casos mais graves acontecem quando o atraso é muito grande. “É preciso pular um determinado porto para poder seguir a viagem”.
 
Com as omissões, as cargas que deveriam ser embarcadas não são transportadas para os navios. “Ela fica para próxima vez que o navio chegar, mas na próxima vez que o navio vier, ele também sofrerá uma omissão de escala, já que o problema tem sido muito recorrente”, afirma, dizendo que o resultado disso é o acúmulo de cargas, prejudicando o recebimento de novos produtos, devido ao fato de os terminais ficarem cheios.
 

Imprimir Indicar Comentar

Comentários (0)



Compartilhe


Voltar