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Exportações em 2019 superam expectativa da Anec

Fonte: Revista Globo Rural
 
Entidade trabalhava com embarques de 35 milhões de toneladas de milho, mas revisa os números em função de condições favoráveis de mercado
 
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) dá como certa a superação da expectativa inicial de exportações de milho deste ano, de 35 milhões de toneladas. Atenta aos volumes que devem ser embarcados em novembro e dezembro, a entidade ainda revisa o número, mas avalia que pode ficar mais próximo dos 40 milhões de toneladas. As estimativas da entidade se baseiam nas programações de embarque nos portos brasileiros.
 
“Para ser mais de 40 milhões, teria que repetir a exportação de outubro nos meses de novembro e dezembro. Acredito que fique abaixo de 40. Acima seria muito atípico, mas o mercado está se mostrando bem atípico”, disse o assistente executivo da Anec, Lucas Brito, em Campinas (SP), onde a entidade realizou, nesta quinta-feira (7/11), o SP Grains Forum, com uma série de discussões sobre o mercado de grãos.
 
Em conversa com jornalistas, antes do início do evento, Brito avaliou que as condições de mercado para o milho têm se mostrado favoráveis. Por conta, principalmente, de problemas com a safra dos Estados Unidos, os preços internacionais chegaram a patamares considerados razoáveis pelos produtores, estimulando os negócios com as tradings.
 
“Diversos players do mercado se voltaram para o Brasil e havia oferta de milho com qualidade. O Brasil vem mostrando que é um fornecedor confiável de milho e vem ganhando espaço. As dificuldades com a safra americana refletiram nos preços de Chicago e conseguimos oferecer para os produtores preços mais rentáveis para destravar a comercialização”, disse ele.
 
Soja
 
Nas exportações de soja, a Anec também vê a possibilidade das expectativas iniciais serem superadas, mas ainda trabalha com 72 milhões de toneladas. Um número bem menor que o registrado em 2018, quando os embarques superaram os 80 milhões de toneladas do grão.
 
Lucas Brito ponderou que a situação atual do mercado é bem diferente. No ano passado, com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, houve um direcionamento da demanda para o Brasil. Uma situação que refletiu nos preços, estimulou negócios e levou a cadeia produtiva da soja brasileira a ficar com os estoques mais baixos das últimas décadas.
 
“O ano passado foi um ponto fora da curva devido à necessidade da China buscar um fornecedor imediato que não os Estados Unidos, em função da guerra comercial”, destacou. “Não vejo a possibilidade de buscar aqueles números para a China pela diminuição da demanda e importações pontuais dos Estados Unidos”, avaliou.
 
Segundo Brito, o Brasil tem condições de garantir uma oferta cada vez maior de soja para de soja para o mercado chinês. Para a safra 2019/2020, a Anec considera uma produção de 120 milhões de toneladas. Apesar do atraso no plantio em relação ao ano passado, o executivo afirmou que as primeiras impressões têm sido de lavouras em boas condições.
 
A questão, disse ele, é como ficará a demanda da China. O país tem sofrido os efeitos da epidemia de peste suína africana (PSA), com forte impacto na suinocultura local. Além disso, os rumos da guerra comercial devem determinar o quanto os chineses pretendem comprar de soja dos Estados Unidos.
 
“A questão da PSA, já temos informação de qual foi o tamanho do problema. O que vai deixar em dúvida a comercialização para a China não é a demanda para a soja, mas se ela será direcionada para o Brasil ou para os Estados Unidos. E isso é uma consequência do acordo que eles podem ter com o governo americano”, analisou Brito.
 

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