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Em ofício à SEP, Sindaport cobra maior participação dos trabalhadores

Fonte: AssCom Sindaport / Denise Campos De Giulio (*)



O presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária, Everandy Cirino dos Santos, encaminhou ofício, na última sexta-feira (9), para o novo ministro da Secretaria de Portos (SEP), Edinho Araújo, requerendo uma maior participação dos trabalhadores na tomada de decisões da pasta.
 
No expediente, o sindicalista solicitou providências ao titular de Portos na apuração do contrato firmado entre a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e a empresa de auditoria tributária Deloitte. Segundo Cirino, a consultoria possui um histórico de serviços sem resultados efetivos prestados à estatal.
 
O líder sindical destacou o contrato celebrado com a consultoria pelo ex-presidente da Docas, José Roberto Correia Serra. O instrumento foi bastante criticado uma vez que os empregados da Codesp entraram em choque com os jovens técnicos enviados pela Deloitte para auditar a estatal.
 
"Mandaram um monte de meninos e meninas, alguns ainda crianças e sem nenhuma experiência na atividade portuária, para uma tarefa de suma relevância, ou seja, para auditar a administradora do maior e mais importante porto do Brasil, e aí os problemas com os superintendentes e gerentes da Codesp foram inevitáveis", disse o mandatário do Sindaport
 
Na avaliação de Everandy Cirino, o trabalho realizado pela Deloitte não foi aproveitado pela estatal portuária. "Foi um desperdício de tempo e de dinheiro público, cujo descaso refletiu bem o tamanho do despreparo e até mesmo da irresponsabilidade de alguns gestores da Codesp". 
 
O suposto envolvimento da consultoria no escândalo do Banco Panamericano também foi citado no ofício pelo presidente do Sindaport. "Mesmo que de maneira indireta isso depõe contra a Codesp, desacreditando ainda mais o já combalido nome que a empresa tem atualmente no cenário da navegação". 
 
Cirino recorda que em 2009 a mesma Deloitte foi contratada pela Codesp para prestar serviços de auditoria. "A exemplo do que ocorreu naquela ocasião, a consultoria não apresentou qualquer resultado prático que pudesse gerar melhorias na gestão da Autoridade Portuária, o que pode ser facilmente comprovado por conta dos sucessivos desmandos praticados desde então". Para ele, a direção da Codesp deve uma resposta aos seus empregados e à comunidade portuária sobre a auditoria realizada.
 
Na sexta-feira, acompanhado de técnicos e executivos da SEP, o ministro Edinho Araújo esteve reunido com os presidentes e diretores da Codesp e das companhias Docas do Pará e de Vitória. Executivos da Deloitte também participaram do encontro. Ao que tudo indica, a música que muito em breve vai embalar a já aguardada dança das cadeiras começa a ser ensaiada em Brasília. "Depois de tantos contratos, o mínimo que se espera da Deloitte é que ela tenha identificado o excessivo número de cargos comissionados e a farra que se transformou as indicações políticas, entre outras bandalheiras", afirmou Cirino.  
 
O dirigente enalteceu a iniciativa do presidente da Câmara Municipal de Santos, Marcus de Rosis (PMDB - legenda do ministro), que no mesmo dia expediu ofício à SEP não apenas exaltando o comando da pasta por um correligionário partidário, mas também abordando o polêmico e delicado tema Deloitte.
 
Manifestando total apoio às lideranças sindicais das diversas categorias do segmento portuário, em nome do diretório municipal do PMDB o vereador De Rosis pediu que Edinho Araújo mantenha o diálogo com os trabalhadores antes da adoção de qualquer medida de grande impacto no setor.
 
Para o sindicalista, a participação dos políticos da região reforça a luta dos portuários. "A relação porto-cidade é extremamente importante não só para Santos como também para os demais municípios da Baixada Santista, e nesse sentido os nossos vereadores e deputados, além do prefeito, são os principais interlocutores da classe trabalhadora junto ao Planalto". 
 

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