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Secretaria Especial de Portos abandona trabalhadores

 


Everandy Cirino dos Santos
Presidente do SINDAPORT (Sindicato dos Empregados na Administração Portuária)
 


Em pelo menos uma questão nós, trabalhadores, e empresários portuários compartilhamos a mesma opinião: o possível fim da SEP (Secretaria Especial de Portos) enquanto ministério vai causar um retrocesso no setor, que desde o ano passado vem andando aos trancos e barrancos.

Para quem não lembra, a ideia de ter a SEP nasceu aqui em Santos, como fruto da mobilização dos trabalhadores que levaram essa reivindicação ao então deputado federal Marcio França, que em 2007 iniciava seu primeiro mandato na Câmara Federal.

A criação da SEP foi concretizada em setembro de 2007, após ser aprovada pelo Congresso Nacional e a lei 11.518 ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante pouco mais de três anos, o então ministro de Portos, Pedro Brito, soube atender grande parte dos pleitos dos trabalhadores, ouvindo a categoria e estando presente nos portos.

No entanto, com a entrada da presidente Dilma Roussef e a mudança do comando da SEP para Leônidas Cristino vimos tudo o que foi construído desmoronar. No ano passado, ao iniciarmos nossa negociação da Campanha Salarial começamos uma verdadeira “batalha” com a Codesp e com o Governo.

Só sentamos para expor em reunião nossas reivindicações quase quatro meses após a nossa data-base. A própria Codesp não cumpriu o calendário de negociação que há anos acompanhamos e ao fazer uma proposta salarial, foi desautorizada pelo Governo a cumpri-la. Se não bastassem os problemas na negociação salarial, e aí não é só aqui em Santos, já que todos os portos encontraram dificuldade para negociar com sua Companhia Docas, o Governo vem e faz a intervenção no Portus.

O pior é que enfrentamos todas essas dificuldades sem que o ministro de Portos, Leônidas

Sentimos que os trabalhadores estão cada vez mais abandonados pela SEP. Até entendemos que o titular da pasta tem pouco ou nenhum conhecimento do setor. A trajetória de Leônidas inclui os cargos de secretário de Transportes, Energia, Comunicações e Obras do Estado do Ceará, secretário de Obras da Prefeitura de Sobral, prefeito de Sobral e deputado estadual. Ou seja, podemos afirmar que o envolvimento do ministro com o setor portuário é pífio.

Porém, nós trabalhadores não podemos ser prejudicados pelo total desconhecimento ou falta de vontade do comandante da SEP. Por isso, toda a categoria está nacionalmente mobilizada e, se preciso for, vamos cruzar os braços dia 08 de fevereiro.

Cristino, tenha sequer avisado ou conversado com os trabalhadores para dar uma satisfação ou, no caso do Portus, tentar uma solução antes da intervenção.


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Comentários (1)

José Antônio
Data: 24/01/2012 - 10h10
Tem que haver mobilização.
Tem que parar os portos.
Tem que haver mais respeito.
Do que adianta o Brasil se vangloriar com seus crescimentos econômicos, inclusive no setor portuário, se os funcionário

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