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Covid-19 impacta todos os segmentos de transporte no país, aponta relatório

Fonte: Portos e Navios
 
A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem impactado de forma significativa o setor de transportes no país. É o que mostra o Painel Impacto no Transporte divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O relatório trouxe na última semana o resultado agrupado do impacto da pandemia no setor. Mas, a partir desta segunda-feira (13) passou a permitir que fossem consultados os efeitos da pandemia em cada um dos segmentos de transporte.
 
Segundo o relatório da CNT, o isolamento social, a paralisação do comércio nas cidades e a restrição de acesso a alguns dos principais municípios do país estão entre os principais motivos para a redução da demanda de transportes. No setor portuário, 66,7% dos empresários afirmaram que houve queda da demanda dos serviços de transporte em março deste ano. Além disso, para 50% deles está um pouco mais difícil o acesso aos principais insumos do transporte.
 
Para o coordenador do FGV Transportes, Marcus Quintella, não existe setor que esteja “muito bem” neste momento de pandemia. Segundo ele, o impacto vem afetando toda a cadeia de transportes, desde o rodoviário ao setor portuário. A cabotagem, por exemplo, apesar de não estar presente na pesquisa da CNT também deve ser impactada, pois depende dos outros modais para completar sua cadeia de distribuição.
 
Já para o diretor executivo da Associação Brasileira de Armadores de cabotagem (ABAC), Luis Fernando Resano, embora este setor seja dependente das transportadoras rodoviárias no transporte multimodal, as transportadoras utilizadas pela cabotagem ainda não sentiram esse impacto. Porém, Resano afirmou que tem conhecimento que já estão enfrentando alguns problemas para “fluição” do transporte.
 
Ele explicou que na cabotagem a diminuição na demanda de transporte tem sido reflexo da queda da atividade econômica, que impacta todo o setor de transporte. De acordo com Resano, a dificuldade de circulação nas cidades ainda não impactou a cabotagem, mas confirmou que existe um “sentimento” de que haverá redução. “Estamos acompanhando a situação diariamente, com avaliações cada vez mais frequentes para suportar o impacto da pandemia”, disse.
 
Apesar da perspectiva de impacto no setor, Resano garantiu que a cabotagem vem fazendo um esforço para não permitir que o coronavírus comprometa a logística e o abastecimento do país.
 
Para tentar reduzir os impactos nos transportes durante a pandemia, Quintella afirmou que o governo precisa pensar numa política estratégica de transportes de apoio às transportadoras. Segundo ele, a ajuda deve ser imediata para que as empresas sejam resguardadas nesse período de pandemia e não provoque o desabastecimento nas cidades. Outro aspecto que precisa ser revisto pela autoridade, de acordo com ele, é a estratégia de bloqueio dos acessos aos municípios. Ele afirmou que essa decisão precisa ser mais “racionalizada” para que o desabastecimento não agrave a situação.
 

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