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ONU cria site para ajudar refugiados a conseguir emprego no Brasil

Fonte: O Globo
 
No próximo dia 12, no Rio, Banco Central vai orientar esses estrangeiros sobre abertura de conta em banco no país
 
Está no ar uma plataforma exclusiva para ajudar refugiados a conseguir emprego no Brasil. O portal Empresas com Refugiados foi criado pela ONU para sensibilizar mais companhias a promover programas de capacitação e contratação desse grupo de estrangeiros. Ele traz relatos de empresas que já têm refugiados em seus quadros e uma lista de entidades que fazem a intermediação dessa contratação. De acordo com os dados do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça, até o final de 2018 o Brasil já havia reconhecido 10.522 refugiados de 105 nacionalidades. São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná concentram a maioria deles. Os sírios são o maior grupo.
 
O portal traz relatos de 16 empresas que contam como fizeram para contratá-los e os benefícos de ter esse tipo de empregado e um passo a passo de como é possível entrar em contato com eles.
 
- Queremos que a plataforma inspire mais empresas a contratar refugiados. Quando um empresário vê outras organizações já atuantes nesta frente e percebe os benefícios diretos para o negócio, é estimulado a fazer o mesmo. Acreditamos que os bons exemplos podem gerar transformação social - explica Carlo Pereira, secretário Executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
 
O Instituto Lojas Renner, por exemplo, capacita refugiados para o mercado de trabalho. O programa profissionalizante já formou 240 pessoas e empregou 35 refugiados no grupo varejista. Já o Santander apoia microempreendimentos de refugiados. Por meio do programa de capacitação "Parceiros em Ação" ele oferece apoio especializado e educação financeira.
 
O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Jose Egas, ressalta que refugiados, além de trazerem consigo contribuições culturais, sociais e econômicas, muito comumente têm formação acadêmica:
 
- Integrá-los traz benefícios a todos os envolvidos: a sociedade que os acolhe, o setor privado e as próprias pessoas refugiadas na sua trajetória para a autossuficiência e capacidade de geração de sua própria renda.
 
Palestra sobre educação financeira no Rio
 
No próximo dia 12 ocorrerá, na sede do Banco Central, uma palestra sobre educação financeira voltada exclusivamente aos imigrantes que moram na capital. A ideia é ajudar esse grupo a entender as particularidades do sistema financeiro brasileiro para que possam abrir conta em banco e contratar produtos de forma adequada. A palestra será das 14h às 17h e tem o apoio do Ministério da Justiça e da Cáritas-RJ, braço da igreja católica que acolhe refugiados.
 
Segundo o coordenador-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados do Ministério da Justiça, Bernardo Laferté, a falta de organização financeira pode ser um grande empecilho para o crescimento do imigrante. Pessoas que nasceram em outros países podem solicitar abertura de conta em qualquer instituição bancária, seja ela pública ou privada. Basta apresentar o Protocolo do Pedido de Refúgio, que é emitido pela Polícia Federal, e número de inscrição no CPF, mais comprovante de endereço.
 
Desde 2014 a Cáritas-RJ já acolheu 2,8 mil refugiados no estado. No ano passado, metade dos 567 que chegaram à cidade eram venezuelanos. As inscrições para a palestra podem ser feitas pelo e-mail captacao@caritas-rj.org.br e o auditório tem capacidade para 90 pessoas.
 

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