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Os projetos de São Paulo para impulsionar o acesso ao porto de Santos

Fonte: Gazeta do Povo
 
O Sistema Anchieta-Imigrantes é o principal corredor rodoviário para o porto de Santos, o maior da América Latina. Não à toa convive com grande tráfego de caminhões e, eventualmente, com acidentes que paralisam pistas e atrasam a chegada e a saída de cargas. Para contornar parte dessa lacuna, o governo de São Paulo tem chamado a atenção para o Lote Litoral Paulista, arrematado em abril de 2024 em leilão na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
 
No leilão, o consórcio Novo Litoral, liderado pela Companhia Brasileira de Infraestrutura (CBI), venceu a espanhola Acciona e ficou responsável por 213 quilômetros de rodovias que ligam cidades da região do Alto Tietê, na Grande São Paulo, à Baixada Santista e ao Vale do Ribeira. A concessão engloba as rodovias SP-055 (Rodovia Padre Manuel da Nóbrega), SP-088 (Mogi-Dutra) e SP-098 (Mogi-Bertioga).
 
Com o avanço das obras previstas no contrato de 30 anos, o governo paulista elevou o Lote Litoral Paulista a uma espécie de “macroanel logístico”. É dessa forma que as comunicações oficiais do estado se referem ao conjunto de intervenções que devem totalizar R$ 4,3 bilhões de investimentos. A expectativa do governo paulista é que haja maior previsibilidade e segurança para o setor logístico, desafogando o Sistema Anchieta-Imigrantes.
 
O Lote Litoral Paulista não está sozinho nessa estratégia. A Rota Sorocabana, arrematada pela Motiva (ex-CCR), também no ano passado, faz a complementação que a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) espera para melhorar a chegada e a saída de cargas do porto de Santos. Essa concessão praticamente se conecta ao Lote Litoral Paulista na região do Vale do Ribeira, nas cidades de Miracatu e Juquiá.
 
“A concessão do Litoral Paulista, junto com a concessão da Rota Sorocabana, permite formar um macroanel logístico no estado de São Paulo”, reitera o secretário de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo, Rafael Benini. “Isso melhora a logística do estado como um todo”, completa.
 
Lote Litoral Paulista prevê 90 quilômetros de duplicações
 
De acordo com o governo de São Paulo e a concessionária Nova Litoral, já foram usadas 50 toneladas de asfalto em 34 quilômetros de rodovias para obras emergenciais e início das duplicações que devem chegar a quase 91 quilômetros. No momento, as duplicações se concentram na SP-055 entre Bertioga e Santos e entre Peruíbe e Miracatu. Ao todo, são 35 frentes de trabalho em ação em cinco segmentos.
 
Arujá-Mogi das Cruzes
 
• Duplicação: 2,85 km
• Faixas adicionais: 8,7 km
• Passarelas novas: 4
 
Mogi das Cruzes-Bertioga
 
• Duplicações e multifaixas: 6,25 km
• Terceiras faixas: 10,15 km
• Passarelas novas: 3
 
Bertioga-Santos
 
• Duplicação: 36,7 km
• Implantação de marginais: 2,82 km
• Passarelas novas: 2
 
Praia Grande-Peruíbe
 
• Requalificação das marginais: 99,6 km
• Implantação de marginais: 9 km
 
Peruíbe-Miracatu, também contemplado no Lote Litoral Paulista
 
• Duplicação: 44,8 km
• Implantação de marginais: 1,58 km
• Passarelas novas: 6
 
Alternativa da década de 1990 ao Imigrantes-Anchieta nunca saiu do papel
 
Uma outra alternativa para o Sistema Imigrantes-Anchieta nunca saiu do plano das ideias, mas também ainda não foi enterrada de vez. Trata-se da Parelheiros-Itanhaém, a SP-040, que ligaria Parelheiros, na zona sul da capital paulista, a Itanhaém, no litoral do estado. O projeto chegou a ser autorizado em 1997 na gestão do governador Mário Covas, mas não foi para a frente.
 
A rodovia teria cerca de 36 quilômetros, sendo que até 23 quilômetros poderiam ser feitos em túnel. Em 2012, a Contern Construções em Comércio chegou a manifestar interesse na obra, mas o alto custo e os obstáculos ambientais fizeram a empresa desistir do empreendimento.
 
Os principais entraves para essa obra seriam ambientais, já que a rodovia atravessaria uma região praticamente intocada da Mata Atlântica. Com regras mais restritas agora, o governo paulista não voltou ao assunto, apesar de o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP) ter cogitado a questão no ano passado.
 

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