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Frente quer apoio da prefeitura de Paranaguá contra nova lei dos portos

Fonte: BE News
 
Entidades discutem criação de fórum municipal com o prefeito Adriano Ramos enquanto preparam mobilização nacional contra o PL 733/2025
 
Representantes da Frente Intersindical de Paranaguá (PR) se reúnem nesta terça-feira (10) com o prefeito da cidade, Adriano Ramos (Republicanos), para discutir a criação do Fórum Sindical do município. O encontro será no gabinete do chefe do Executivo e contará com a presença de representantes de outras categorias além do setor portuário.
 
A proposta ganhou força a partir dos protestos contra o PL 733/2025, o novo marco regulatório do setor portuário. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Empregados na Administração e nos Serviços de Capatazia dos Portos no Paraná (Sintraport), Rodrigo dos Santos Vanhoni, o fórum municipal é “parte da mobilização em protesto à Nova Lei dos Portos”. Ele acrescenta: “O objetivo é trazer o governo local pra discussão. Ter apoio dos vereadores e da prefeitura é importantíssimo. É uma cidade que depende totalmente do porto”.
 
O presidente do Sindicato dos Conferentes do Paraná, José Eduardo Antunes, afirmou que a reunião se inspira no Conselho Sindical anunciado na semana passada pela Prefeitura de Santos (SP). Segundo ele, a intenção é tratar de temas urgentes com a cidade, que “tem demonstrado apoio constante”.
 
“Nós ainda estamos pensando no formato de como fazer a coisa se operacionalizar. Queremos ouvir o prefeito também, mas a ideia é que nós tenhamos, a cada movimento dos trabalhadores, o apoio do Executivo municipal pra tratar desses temas com profundidade e levar essas insatisfações dos trabalhadores até a Câmara Federal”, ressaltou Antunes.
 
No final de abril, o prefeito Adriano Ramos participou, junto com representantes sindicais de Paranaguá, de uma série de reuniões com deputados federais na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), reforçando a mobilização contrária ao PL 733.
 
Antunes também detalhou os próximos passos para a concretização de uma greve nacional nos portos brasileiros. Na última sexta-feira (6), federações de trabalhadores portuários — incluindo a Federação Nacional dos Estivadores (FNE), a Federação Nacional dos Portuários (FNP) e a Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios, nas Atividades Portuárias (Fenccovib) — se reuniram para definir os próximos passos contra o projeto de lei.
 
Greve nacional
 
A expectativa é que haja uma manifestação em todas as cidades portuárias do país. A data do protesto ainda não foi definida, mas o movimento pode ocorrer já na sexta-feira (13). A greve ainda não tem data marcada, mas há a perspectiva de que aconteça ainda em junho. Se seguir o padrão das últimas paralisações contra a Nova Lei dos Portos, deve durar cerca de 18 horas.
 
“Estamos mobilizados e articulados, pensando numa grande manifestação em todas as cidades portuárias, de forma a levar à comunidade todos os impactos que esse PL pode trazer aos municípios caso ele seja aprovado com esse texto”, explicou Antunes.
 
A mobilização pela greve começou após a autorização, no último dia 24 de maio, da criação de uma comissão especial para discutir o novo marco regulatório, por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo os sindicatos, as federações vêm trabalhando em um texto substitutivo por meio do Fórum Permanente dos Trabalhadores Portuários, na tentativa de chegar a um acordo com representantes da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop).
 
Os dirigentes sindicais afirmam que o texto alternativo está bem encaminhado, mas a criação da comissão especial foi interpretada como uma tentativa de acelerar a aprovação do projeto original, sem garantir diálogo com todas as partes envolvidas.
 

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