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Terceira pista da Rodovia dos Imigrantes sairá R$ 6 bilhões e terá 4 anos de obras no Litoral de SP

Fonte: A Tribuna On-line
 
Início dos serviços depende da finalização de projeto e licenciamento
 
A construção da terceira pista da Rodovia dos Imigrantes, alvo de total interesse por parte do Porto de Santos para evitar o colapso do transporte de cargas, já tem valor (R$ 6 bilhões) e tempo da obra (quatro anos) estimados. A revelação foi feita pelo secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, nesta segunda (20), durante o lançamento da frente parlamentar envolvendo o tema, na sede da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS), no bairro Boqueirão.
 
“Vai ser muito importante para o Porto de Santos, justamente porque a ideia é de fazer uma pista com geometria favorável para que o caminhão desça por ela e não precise usar a Anchieta. Aumentando a velocidade de descida, aumenta a capacidade e a fluidez do tráfego. A gente espera que as cargas cheguem com mais segurança e com mais rapidez ao Porto”, afirma Benini.
 
Em janeiro, o Governo do Estado autorizou que a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), cuidasse dos estudos, projeto executivo e licenciamento ambiental da terceira pista. O projeto tem projeção de custo de R$ 60 milhões. O Grupo Ecorodovias, a quem pertence a Ecovias, já contratou equipes, além de projetistas nacionais e da Itália. Esse investimento da empresa é em troca de um reequilíbrio no contrato de concessão com o Estado.
 
“A terceira pista está sendo pensada para balancear a transposição da Serra do Mar, que é um grande obstáculo natural. Então, a pista vai ser concebida em combinações de uma série de elementos dos requisitos de Porto, com suas questões de crescimento, e de cargas, além da mobilidade Planalto-Baixada”, explica o diretor-geral de Concessões da Ecorodovias, Rui Klein.
 
O prazo de entrega de todo este conjunto que antecede a obra é de até dois anos - até 2026, mas pode ser prorrodo por mais um. “Prazo é algo que a gente vai confirmando ao longo do caminho. Vamos trabalhar para cumprir o que foi determinado e, se possível, mais para frente, alguma antecipação”, afirma Klein. Ainda não houve definição se a própria empresa cuidará da obra.
 
Para o secretário Rafael Benini, é preciso cumprir etapas com cautela. “Muitos vão pedir que tudo seja realizado rapidamente, mas uma obra sem projeto e licenciamento bem feitos, só vai dar dor de cabeça no futuro. Ninguém discute que essa obra está atrasada e que precisaria já estar pronta, mas não se pode correr com o tempo”, completa Benini.
 
Sobre o traçado, ainda não é possível afirmar qual será, embora Klein garanta que existem estudos preliminares a respeito. “Uma vocação que a gente imagina é que ela seja reversível para que atenda bem a esse balanceamento do sistema. Os estudos agora vão validar isso, para que a gente possa descer as cargas e combinar volumes relacionados aos feriados, respondendo de forma mais altiva também aos ônibus e vans comerciais”, revela.
 
O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, comemora a iniciativa e confronta com os diversos investimentos no Porto de Santos. Vale recordar que 60% das cargas chegam pela rodovia. “O Porto cresce, mas temos que ter uma via adequada, além de também resolver os problemas locais, como na Alemoa e em Guarujá. É importante que a boa logística acompanhe o crescimento da movimentação de carga”, argumenta.
 
A frente parlamentar é presidida pela deputada estadual Solange Freitas (União Brasil). “O Túnel Santos-Guarujá vai ser maravilhoso para nós, mas não vai resolver tanto a questão do problema do tráfego de caminhões. A terceira pista é mais importante para o Porto de Santos e não à sociedade de forma geral. A frente parlamentar é uma forma de estarmos juntos, lutando e cobrando”, observa. Os deputados Caio França (PSB) e Tenente Coimbra (PL) também estavam presentes.
 
Poligonal do Porto
 
Uma audiência pública envolvendo a poligonal (área) do Porto de Santos está prevista para o dia 13 de junho, das 10 às 17 horas, na sede da Autoridade Portuária de Santos (APS). “A orientação é modificar e atualizar essa Poligonal para que o Porto tenha maior capacidade de movimentação de cargas”, afirmou o presidente da APS, Anderson Pomini, nesta segunda, durante o lançamento da frente parlamentar da terceira pista da Imigrantes.
 
Dentre as possíveis áreas a serem incluídas, estão a Vila dos Criadores, com 420 mil metros quadrados (m²) e que fica junto ao Rio Casqueiro, no limite dos municípios de Santos e Cubatão, na Alemoa. “O Porto precisa crescer e esta é a última área nobre da Margem Direita”, diz.
 
Pomini explica que foram feitos estudos que comprovam que o local se apresenta com potencial para movimentação de todo tipo de carga, com a chamada manobrabilidade, a exemplo de outros portos pelo mundo. “Até porque ao lado já são movimentados granéis líquidos, que são os combustíveis, e onde se movimenta granéis líquidos, se permite a movimentação de qualquer outra carga”, justifica.
 
O presidente da APS revelou que a área foi oferecida para “três ou quatro players (grupos empresariais)”, com duas exigências. Uma é a construção de moradias para as pessoas que residem no local - em torno de 6 mil a 7 mil pessoas -, em parceria com o Poder Público, a exemplo do que foi feito com a comunidade da Prainha, em Guarujá, em razão do túnel. A outra é a descontaminação da área. “A responsabilidade social é absolutamente relevante para nós”, afirma.
 
Além da Vila dos Criadores, a Poligonal do Porto também deverá ter a inclusão da Área Continental de São Vicente, em especial para o modal hidroviário. Já para a Margem Esquerda, o foco está nos Terminais de Uso Privado (TUPs). “No (Largo) Santa Rita, existem projetos para 14 novos berços de atracação. O Porto de Santos conta com 65. O segundo maior porto do Brasil, que é Paranaguá, conta com 14 em funcionamento. Ou seja, só ali temos projeto para 14”, compara Pomini.
 

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