Fonte: AssCom Sindaport
Neste dia 7 de novembro os portuários têm dois importantes marcos na história do Porto de Santos a comemorar, a concessão, em 1890, dos serviços portuários à Companhia Docas de Santos (CDS), e seu término, em 1980.
Em 1888, buscando desenvolver as estruturas portuárias, o governo brasileiro realizou uma concorrência para exploração do Porto por 90 anos, que veio a ser ganha por José Pinto de Oliveira, Cândido Gaffrée, Eduardo Palacin Guinle, João Gomes Ribeiro de Aguilar, Alfredo Camilo Valdetaro, Benedito Antônio da Silva e Barros e Braga & Cia. Assim, em 1889, foi criada a Empresa das Obras de Melhoramentos do Porto de Santos e, em 07 de novembro de 1890, assinado o Termo de Concessão, com a criação da Companhia Docas de Santos (CDS).
Durante nove décadas, o Porto de Santos, que até hoje é considerado o maior porto da América Latina, foi explorado, desenvolvido e ampliado pela CDS, abrindo suas portas ao comércio exterior como "porto organizado", com limites legalmente determinados, infraestrutura de 260 metros de cais construído e área específica para armazenagem.
Com o passar dos anos, de acordo com os investimentos realizados pela CDS, a estrutura foi sendo ampliada e desenvolvida e a companhia chegou a empregar apoximadamente 15.000 funcionários. Além dos terminais e dos prédios administrativos, a CDS executou diversas obras de engenharia de destaque para a época, seja por sua dimensão ou por sua complexidade. São particularmente notáveis o aterramento de Paquetá-Outeirinhos e a construção da Usina Hidrelétrica de Itatinga.
A área de Paquetá-Outeirinhos, na margem direita (Santos), que era originalmente um golfo, foi aterrada para criar uma estrutura linear de cais que permitisse a atracação de navios de maior profundidade, bem como uma retroárea de armazenamento. Para este aterramento, foi desenvolvida uma linha férrea especial para transportar o material da pedreira do bairro Jabaquara.
A construção da Usina Hidrelétrica de Itatinga, concluída em 1910, às margens da Serra do Mar, foi outra obra de destaque. À época, em que poucos tinham acesso à rede elétrica, Itatinga era uma das mais importantes hidrelétricas do país. A usina abasteceu o Porto e as cidades de Santos e Guarujá, além de fornecer eletricidade a outras localidades e cidades do Estado de São Paulo. Hoje, com o aumento das demandas energéticas, a usina ainda fornece parte da eletricidade consumida pelas operações portuárias.
O desenvolvimento do porto atraiu milhares de trabalhadores, e a sua operação muito mais. Quem não tem um familiar, um conhecido na Baixada Santista que trabalhou na Companhia Docas de Santos?
Em 7 de novembro de 1980, terminou a concessão dos serviços portuários à Companhia Docas de Santos. A administração portuária retornou ao Governo Federal, com a criação da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que operou o porto em regime de monopólio até a promulgação da Lei 8.630/93.
É claro que a mudança trouxe insegurança, dúvidas e incertezas. Vieram greves na porta do prédio da presidência na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves e a solicitação de indenização por parte dos trabalhadores, mas, como a mudança de empresas foi uma sucessão trabalhista, essas ações judiciais não obtiveram êxito.
O que queremos ressaltar neste texto é a importância histórica que este mês representa para o setor portuário, para o país e para as famílias que nasceram, cresceram e até hoje sobrevivem do glorioso Porto de Santos.
Parabéns ao grupo pioneiro, liderado por Eduardo Guinle e Cândido Gaffrée, que idealizou e construiu o mais importante Porto do Hemisfério Sul. Parabéns aos que fomentam o estudo e trabalho no Porto para sua melhoria, modernização e expansão. Parabéns à família portuária que, mesmo sob as adversidades e intervenções dos anos de 60, atravessaram os anos 70, abrilhantaram e concluíram a concessão de 90 anos, em 07 de novembro de 1980.
Embora, oficialmente, o Porto de Santos tenha 132 anos, já que sua inauguração coincide com a data de atracação da primeira embarcação no "porto organizado", o vapor britânico Nasmith, em 02 de fevereiro de 1892, consideramos, assim como o nobre engenheiro Aluísio de Souza Moreira, que trabalhou durante 56 anos no Porto de Santos, publicou em suas redes sociais, a data de 07 de novembro de 1890, início da concessão do porto.