Fonte: A Tribuna On-line
O que pretendem fazer para fortalecer a relação Porto-Cidade e impulsionar a economia local por meio do Porto? Foi a pergunta feita por A Tribuna
Os nove candidatos à Prefeitura de Guarujá respondem à pergunta feita por A Tribuna: O que pretendem fazer para fortalecer a relação Porto-Cidade e impulsionar a economia local por meio do Porto?
Claudio Fernando (Novo)
Nós, do Partido Novo de Guarujá, vemos na solução dos conflitos da relação Porto-Cidade uma janela de oportunidades para a atração de investimentos, geração de emprego e renda, além da melhoria da mobilidade urbana, levando-se ainda em conta a chegada do túnel.
Segundo o IBGE, em 2022, Guarujá detinha 21,71% de sua população, cerca de 60 mil pessoas ocupadas, com renda de até três salários mínimos e outros 36% recebendo até meio salário mínimo, num total de 90 mil pessoas. Ou seja, dos 290 mil habitantes do Município, praticamente um terço se encontra na informalidade e dependência de benefícios sociais.
Diante deste contexto, nossas principais propostas para a área do porto e retroporto são as seguintes: a ampliação da Perimetral até o Terminal da Citrosuco; construção do pátio regulador de caminhões; de viaduto ligando o pátio regulador à Perimetral; e um novo viaduto ligando a Rua do Adubo à Perimetral.
Para a área do retroporto, estamos prevendo atrair empresas dos setores das áreas de papel e celulose, têxteis, cargas refrigeradas, máquinas e equipamentos para impulsionar o crescimento. Os principais recursos virão do PAC 2.
Vamos investir também na melhoria da infraestrutura do Cing - Condomínio Industrial, onde está localizado nosso parque náutico, considerando ser o Guarujá o segundo parque nacional de embarcações, com 22 estaleiros, 28 marinas e mais de 7 mil embarcações cadastradas no Município. Não podemos perder de vista o grande potencial de modernização e ampliação do transporte aquaviário da região.
Para que todos estes investimentos resultem na melhoria da qualidade de vida dos moradores de Guarujá e na economia do município, iremos capacitar e qualificar nossos jovens e adultos para os empregos, transformando a Escola Técnica Municipal 1º de Maio e o Camp em centros tecnológicos.
Coronel Rogério (PRTB)
Nossa gestão, Coragem para Mudar Guarujá, irá promover um choque de simplificação eficiente, eliminando encargos excessivos e reduzindo custos para o exercício das atividades econômicas, aumentando a agilidade e segurança das operações portuárias.
Queremos reconquistar a credibilidade do Poder Público municipal, alavancando assim as parecerias com todos os poderes das esferas federal, estadual e municipal, bem como as empresas, adequando a infraestrutura, que irá facilitar as atividades portuárias. Vamos organizar a engenharia de tráfego da cidade, por meio da contratação de profissionais habilitados para o planejamento e execução de serviço essencial nos deslocamentos, bem como melhoria da mobilidade, aperfeiçoando o fluxo do trânsito por meio da implementação de semáforos inteligentes, que utilizem sistemas abertos, integrados ao sistema de segurança.
Por meio da engenharia de tráfego, efetuaremos estudo e aperfeiçoaremos as vias para ligação entre a Rodovia SP 248 Piaçaguera-Guarujá e a região do Cing, permitindo a expansão logística e recebimento de materiais, insumos e embarcações sem transtornos aos usuários.
Realizaremos a concessão de serviço público para exploração, administração, manutenção e conservação de estacionamento de veículos, inclusive para caminhões e suas carrocerias, em áreas públicas da cidade, especialmente em Vicente de Carvalho, de modo a melhorar o fluxo e a organização.
Desenvolveremos políticas de governo que facilitem a expansão portuária, por meio de incentivos fiscais e parcerias com as empresas para a capacitação de mão de obra especializada. Buscaremos parcerias junto aos governos Estadual e Federal, buscando recursos para melhorar o fluxo de acesso e saída da área portuária. Faremos um monitoramento eficiente por meios de câmeras e análise por meio de inteligência artificial (IA), desde a Rodovia Piaçaguera-Guarujá até os acessos à área portuária, integrando as informações em tempo real com todas as forças de segurança, garantindo a segurança das operações e diminuindo assim os custos.
Farid Madi (Pode)
Como candidato à Prefeitura de Guarujá, meu objetivo é manter uma relação estreita com os governos Federal e Estadual para garantir que nossos projetos sejam desenvolvidos de forma eficiente. Esta relação é essencial para viabilizar recursos, superar desafios burocráticos e alinhar os interesses de Guarujá com as políticas públicas de crescimento portuário e infraestrutura.
Comprometo-me a fortalecer a relação Porto-Cidade e impulsionar a economia local, explorando o potencial da área portuária de maneira estratégica e sustentável.
Para isso, proponho concentrar esforços para a implantação do projeto Favela Porto Cidade que articula recursos Federal, Estadual e Municipal para ações de investimento em habitação de interesse social e ampliação da infraestrutura portuária.
Também quero retomar o projeto do retroporto, utilizando os instrumentos de gestão territorial previstos no Estatuto da Cidade e no Plano Diretor. Isso permitirá otimizar o uso do solo, ampliar a capacidade logística e gerar mais empregos e desenvolvimento regional.
Apoio a implantação da Avenida Perimetral do Porto e do túnel Guarujá-Santos, garantindo que nossa cidade tenha um papel de destaque nas discussões. Esses projetos são essenciais para a melhora da mobilidade urbana, facilitando o transporte de mercadorias e pessoas, além de aumentar a competitividade do porto.
A conclusão do Aeroporto Civil Metropolitano, com ligação ao túnel Guarujá-Santos, criará uma nova porta de entrada para turistas e empresários. Isso diversificará a economia local e atrairá investimentos, gerando novas oportunidades de emprego.
Essas ações são essenciais para integrar o Porto à cidade, impulsionando o desenvolvimento de Guarujá. Atuarei com o Governo Federal para priorizar o túnel Guarujá-Santos e a expansão do retroporto. No âmbito estadual, fortaleceremos parcerias para agilizar a conclusão do Aeroporto Civil Metropolitano, integrando Guarujá à Baixada Santista.
Nicolaci (PL)
O Porto de Santos é o maior ativo econômico da nossa região, e seu desenvolvimento está diretamente ligado ao crescimento de Guarujá. Não podemos falar de progresso sem reconhecer a importância do Porto para a cidade, seja na geração de empregos ou nas oportunidades de negócios. Nossa gestão vai fortalecer a relação Porto-Cidade com ações que beneficiarão tanto os trabalhadores quanto os moradores de Guarujá, que muitas vezes não percebem o impacto positivo que o Porto traz.
Vamos modernizar a infraestrutura urbana e portuária, melhorando o acesso ao Porto e a mobilidade nas áreas de operação. Isso inclui a construção e a revitalização de vias de acesso, criando corredores logísticos eficientes e aumentando a segurança no transporte de mercadorias. A cidade precisa oferecer agilidade nas operações e qualidade de vida para quem vive e trabalha no entorno, garantindo que as atividades portuárias ocorram sem prejudicar a vida cotidiana.
A qualificação profissional é outro pilar fundamental da nossa proposta. Estabeleceremos parcerias com o Porto, o setor privado e instituições de ensino para capacitar os jovens em áreas como logística, transporte, comércio exterior e tecnologia. Isso vai gerar empregos diretamente relacionados às atividades portuárias, combatendo o desemprego e preparando nossa população para o futuro.
Manteremos um diálogo claro e constante com os gestores do Porto e o Governo Federal para garantir que o desenvolvimento da cidade acompanhe o do Porto, respeitando o meio ambiente e equilibrando operações industriais com a qualidade de vida da população. Guarujá tem grande potencial para se beneficiar das atividades portuárias, e nossa gestão transformará essa relação em um motor de crescimento sustentável.
Por meio de uma gestão comprometida, Guarujá pode se tornar um polo de oportunidades e desenvolvimento, enquanto o Porto de Santos continua crescendo com responsabilidade social, ambiental e econômica.
Pepe da City (PSB)
A atividade portuária é um dos principais pilares da economia de Guarujá. Por isso, o Município não pode ser administrado de costas para o Porto. A relação Porto-Cidade nem sempre é harmoniosa, e como prefeito eu vou trabalhar para estreitar esses laços.
Temos em Vicente de Carvalho nove terminais portuários e 14 retroportuários, e é no nosso território que se movimentam cerca de 35% de tudo o que passa pelo Porto de Santos. Só que a sensação é que a população só fica com o ônus disso: o nó da mobilidade urbana, a sujeira e a poluição sonora dos caminhões, entre outros inconvenientes.
Vamos aprimorar essa relação para que os benefícios também sejam sensíveis. O principal deles é a geração de empregos. Temos uma verdadeira mina de ouro, que é a Zona Retroportuária de Vicente de Carvalho, com cerca de 4,5 milhões de metros quadrados prontos para receber novos terminais, atividades de movimentação e armazenagem de cargas, silos, galpões, indústrias não poluentes e pátio de caminhões, capazes de gerar milhares de novos postos de trabalho qualificados, que hoje estão em outras cidades.
Guarujá precisa de um prefeito com visão e poder de diálogo de igual para igual com os empresários proprietários dessas áreas, uni-los num consórcio e criar um grande centro de serviços e produtos de alto valor agregado, oferecendo benefícios fiscais e exigindo em contrapartida a qualificação e contratação de mão de obra local, fazendo o dinheiro circular na Cidade. Uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) também precisa sair do papel, trazendo modernização e tornando nosso porto mais competitivo.
A segunda fase da Avenida Perimetral, aguardada há mais de 10 anos, também será uma das principais prioridades, a partir do estreitamento do diálogo com os governos Federal e Estadual, para segregar de vez o tráfego de veículos pesados, até porque o túnel Santos-Guarujá e o aeroporto vêm aí e cabe ao prefeito dar a direção que o Município precisa indicar para o progresso que realmente queremos: uma cidade pensada para as pessoas, para o seu bem-estar.
Raphael Vitiello (PP)
Para mim, precisamos retomar o que é nosso. Como sempre digo, o Porto do lado de cá, a Margem Esquerda do Porto de Santos, é o Porto do Guarujá. Minhas propostas para o desenvolvimento do nosso porto são fundamentais para impulsionar nossa economia e garantir um futuro próspero para nossa comunidade.
Quero lutar junto ao Governo Federal para instalar um terminal alfandegado. Isso não apenas facilitaria o comércio internacional, mas também atrairia investimentos, tornando nossa cidade um polo logístico estratégico. Com isso, teríamos geração de empregos e aumento na arrecadação de impostos, promovendo o crescimento sustentável da economia regional.
Além disso, é essencial regulamentar a margem do Porto de Guarujá. Estabelecer regras claras sobre essa área garantirá uma gestão adequada dos tributos e taxas portuárias, facilitando a arrecadação e atraindo investidores. A transparência fiscal é vital para o funcionamento eficiente do porto e para o cumprimento das exigências legais.
Outra proposta importante é estabelecer parcerias com empresas portuárias para oferecer cursos profissionalizantes. Isso é fundamental para qualificar nossa força de trabalho, alinhando a formação profissional às demandas do setor e preparando os moradores do Guarujá para as oportunidades de emprego disponíveis. Essas iniciativas ajudarão a reduzir o desemprego e fortalecer a economia local.
Além disso, precisamos viabilizar, por meio de parcerias com a iniciativa privada, a instalação de um estacionamento de caminhões. Por fim, é vital minimizar os impactos do porto, regulando as atividades existentes e dialogando com órgãos competentes. Precisamos garantir que o desenvolvimento portuário ocorra de forma sustentável, alinhado às necessidades do nosso município e em consonância com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Essas são minhas propostas para o nosso porto, visando um futuro melhor para o Guarujá.
Sidnei Aranha (PCdoB)
Como prefeito eleito de Guarujá, nossa primeira ação será promover um alinhamento estratégico com o Porto de Santos, que possui um conselho de administração como órgão máximo, no qual a cidade de Santos detém 1% de participação. Solicitaremos ao presidente Lula a revisão da composição societária do Porto, considerando que ele envolve, além de Santos, outras cidades, como Guarujá e Bertioga.
A maior expansão prevista para os próximos anos está direcionada justamente para Guarujá, e, portanto, é legítimo que nossa Prefeitura tenha um assento no conselho de administração, permitindo um diálogo direto sobre os investimentos futuros. Guarujá, sendo uma cidade essencial no contexto portuário, deve estar no centro das decisões estratégicas, garantindo uma representação sólida no conselho.
É importante destacar que o canal de Santos, enquanto o túnel não for concluído, enfrenta grande movimentação de navios, aumentando o risco de acidentes, como o recente incidente com um navio de contêineres. Por isso, propomos a retirada dos cruzeiros do canal, sugerindo que a temporada de cruzeiros passe a partir do Guarujá.
Para tanto, poderiam ser construídos píeres, com a participação da iniciativa privada, em locais como a Praia da Enseada ou o Perequê. Guarujá, além de possuir uma infraestrutura mais adequada, tem um potencial turístico superior ao de Santos, o que o torna mais atrativo para o desenvolvimento desse setor.
Além disso, planejamos unificar os planos de educação ambiental, atualmente fragmentados entre a cidade, o Porto e os terminais, para evitar a dispersão de esforços. A integração dessas iniciativas tornará as ações mais eficazes e coordenadas, gerando melhores resultados para o meio ambiente e a comunidade de Guarujá.
Por fim, não basta que a obra do túnel gere cerca de 9 mil empregos. É essencial garantir que esses empregos permaneçam no Guarujá, trazendo qualidade de vida e desenvolvimento, especialmente para as áreas periféricas da cidade.
Thaís Margarido (União)
O primeiro passo será buscar junto ao Ministério de Portos e Aeroportos o reconhecimento legal do Porto de Guarujá para que o município passe a recolher com CNPJ próprio impostos que hoje são recolhidos para Santos, onde fica a sede da Autoridade Portuária. Um exemplo claro disso é o ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza). A legislação portuária entende que o recolhimento do imposto deve ter como parâmetro a sede do prestador de serviço.
Desta forma, quando a Autoridade Portuária ampliou as ações para o terminal instalado em nosso Município na década de 1980, a estatal deveria ter estabelecido uma filial na cidade, criando o CNPJ com a contabilidade separada entre as margens, o que não ocorreu. Buscarei esse reconhecimento para que os recursos arrecadados sejam investidos justamente nas áreas que margeiam o porto, com habitação, infraestrutura, melhorias nas vias próximas e mais estacionamentos para os caminhoneiros que são peças essenciais neste processo.
O segundo passo é acelerar o processo da segunda fase da Perimetral. De acordo com a autoridade portuária as obras estão previstas para o segundo semestre de 2025 e tem como objetivo desobstruir o trânsito entre a Rua Idalino Pinez, mais conhecida como Rua do Adubo e a Avenida Santos Dumont, principal via de acesso entre Vicente de Carvalho e Guarujá. Vou exigir que o projeto tenha acompanhamento da categoria dos caminhoneiros para que as obras efetivamente atendam a necessidade de tráfego.
Nosso objetivo é que a Margem Esquerda do Porto seja reconhecida de fato como o Porto do Guarujá e aumente suas operações, com geração de emprego e renda para a cidade. Também vamos criar leis de incentivo fiscal para atrair novos investidores, como empresas retroportuárias interessadas em se instalar na cidade. Para isso, ofertaremos as áreas que margeiam a Rodovia Cônego Domenico Rangoni. Quero que as empresas se instalem com no mínimo seis meses de antecedência, para haver tempo de qualificar a mão de obra local.
Zé Manoel (PSOL)
Eu acompanho de perto isso, e, tanto em Guarujá quanto em Santos, onde o Porto se divide entre a Margem Direita (Santos) e a Margem Esquerda (Guarujá), nunca houve, por parte dos prefeitos, um real interesse em compreender as operações portuárias e seus problemas, além das questões de mobilidade urbana, que, por vezes, receberam atenção mínima.
Entretanto, existem problemas graves que não estão sendo devidamente enfrentados. É negligenciado o impacto das dragagens no sustento dos pescadores artesanais, que vêm perdendo espaço vital para sua atividade. Estas dragagens poluem as águas, assim como o incinerador de lixo que querem nos forçar a aceitar polui o ar. Nossa demanda é clara: queremos uma Secretaria de Pesca no Guarujá, compensações pelos danos sofridos pelos pescadores e, se necessário, a suspensão temporária dessas dragagens, mesmo que isso tenha implicações para o porto.
Não buscamos prejudicar o Porto nem comprometer sua capacidade de receber navios de maior calado. No entanto, não podemos mais permitir que a situação continue como está. Por exemplo, o governador de São Paulo tomou decisões unilaterais no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto, nomeando quem quis. Precisamos reestruturar o Conselho de Autoridade Portuária (CAP), como mencionamos anteriormente, mas fazê-lo funcionar de fato, ouvindo as comunidades e suas necessidades.
O Guarujá enfrenta outros problemas sérios, como o caso do Rua do Adubo (Rua Idalino Pinez), uma situação absurda que deveria ter sido resolvida por meio de uma revisão no zoneamento e no plano diretor da cidade, o que nunca aconteceu. Os problemas na Rua do Adubo são crônicos. Afetam o tráfego de caminhões que precisam acessar o Porto, causando grandes congestionamentos e atrasos no transporte de mercadorias. A infraestrutura da rua é precária, com buracos, lama e drenagem inadequada, prejudicando tanto motoristas quanto o entorno urbano. Estão sendo realizadas por lá obras paliativas, tripudiando a magnitude do problema.