Fonte: A Tribuna On-line
Representante de empresas da Alemoa questiona funcionalidade da estrutura para veículos pesados
O Porto de Santos recebeu mais de 1,91 milhão de caminhões entre janeiro e agosto deste ano, segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS). O número explica o porquê dos congestionamentos constantes no Viaduto Paulo Bonavides, na Alemoa, único acesso aos terminais. A situação demonstra que a Ponte Deputada Mariângela Duarte, que liga a Via Anchieta à Zona Noroeste, não ajuda a desafogar o gargalo logístico na entrada da Cidade. Empresários voltam a enfatizar que a construção do segundo viaduto na Alemoa é a solução certa e urgente.
A Ponte Mariângela Duarte, entregue em 2020 pela Prefeitura, foi construída entre os km 63 e 64 da Via Anchieta. O custo da obra foi de R$ 81,4 milhões. A Administração Municipal levaria 20 anos para pagar a dívida do financiamento junto à Caixa, conforme A Tribuna publicou na época.
O presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), João Maria Menano, pondera que a ponte é importante para os moradores da Zona Noroeste, mas não soluciona o gargalo no Porto. “Representa um avanço de dez anos na mobilidade urbana, enquanto o acesso de caminhões para atender ao maior porto do País está atrasado há 20 anos”.
Menano diz que a solução para os caminhões é a construção de um segundo viaduto na Alemoa. “Não há dúvidas de que o acesso à Margem Direita é muito mais importante do que o acesso à Zona Noroeste”, prossegue o empresário, argumentando que o Porto movimenta não somente a economia local, mas também a nacional.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), André Luís Neiva, a ponte ajuda no fluxo dos veículos na Zona Noroeste, em especial os caminhões que acessam as ruas Julia Ferreira e Zelnor de Paiva Magalhães. Contudo, Neiva ressalta que existem outras obras mais importantes, de maior demanda, “como o viaduto no fundo da Alemoa e um segundo acesso ao Porto na Margem Direita”.
A Reportagem tentou falar com o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomo de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Carvalho, mas não obteve retorno.
Especialista
O coordenador da Arquitetura e Engenharia da Esamc, Alessandro Lopes, que é especialista em projetos de cidades inteligentes e sustentáveis, avalia que a Ponte Mariângela Duarte é uma obra bem-sucedida, em se tratando de conexão Porto-Cidade.
“Otimiza as operações logísticas e também pode ter um impacto positivo na qualidade de vida dos moradores, com a diminuição do ruído e da poluição”, diz, acrescentando que a obra beneficia motoristas e operadores logísticos.
Prefeitura
A Prefeitura de Santos informa, em nota, que a ponte integrou um conjunto de intervenções que totalizou investimento de R$ 290 milhões pelo Município, com financiamento pela Caixa Econômica Federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 – Mobilidade, do Governo Federal.
Já a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) afirma que a ponte foi concebida como uma nova alternativa de tráfego aos veículos que chegam à Cidade pela Via Anchieta.
“É uma nova rota para a região das rua Júlia Ferreira de Carvalho e Zelnor Magalhães, no Bairro Chico de Paula, que concentra várias empresas de retroporto. Também veio atender moradores de bairros da Zona Noroeste nos deslocamentos (ida e volta) para a São Paulo, ligando diretamente à Via Anchieta”, finaliza a CET.