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24/05/2024 - 10h49

Avança projeto de área para caminhões no Porto de Santos


Fonte: A Tribuna On-line
 
Autoridade Portuária de Santos fará chamamento público para novo estacionamento, que terá capacidade para 800 veículos
 
A Autoridade Portuária de Santos (APS) publica, até a semana que vem, chamamento público para concessão de uma área de 530 mil metros quadrados (m2), dos quais 100 mil m2 serão destinados para um novo pátio de caminhões, com 800 vagas. O terreno fica em Cubatão, na interligação das rodovias Imigrantes e Anchieta, ao lado do Viaduto Mario Covas. A intenção da APS é fazer uma parceria público-privada (PPP).
 
O presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini, garante que o novo estacionamento sanará um conflito antigo entre motoristas e moradores de Santos, ocasionado por caminhões estacionados em locais residenciais.
 
“O mercado terá à disposição 530 mil m2, dos quais 100 mil m2 serão utilizados para um estacionamento do Porto. É uma contrapartida exigida para a criação de 800 vagas para caminhões, com espaço adequado para que os motoristas tenham área de lazer, de higiene e banho, atendimento religioso e psicológico”, explica Pomini.
 
“É um absurdo que o Porto não tenha um pátio adequado para esses 15 mil caminhões que chegam à Margem Direita todos os dias”, complementa Pomini, destacando que o novo pátio deverá equacionar o gargalo logístico gerado, principalmente, por veículos de carga que acessam os terminais instalados em áreas retroportuárias.
 
Segundo ele, boa parte dos caminhões conta com o sistema de agendamento implementado na poligonal do Porto, mas há problemas com os caminhoneiros que atendem a retroárea, fora da poligonal.
 
“Eles vêm sem agendamento e param na Cidade, gerando conflito com moradores, porque estacionam em frente às residências, por não ter onde parar. Esse pátio vai resolver diretamente esse conflito”, afirma.
 
Pomini lembra do estacionamento provisório (por seis meses) inaugurado em 23 de novembro de 2023 na Avenida Perimetral. “Entregamos uma área, provisoriamente, que hoje atende entre 400 e 500 caminhoneiros. É uma área que pertence à Libra, fruto de um acordo que a gente está desenhando junto ao Tribunal de Contas da União (TCU)”.
 
Posicionamentos
 
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomo de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Carvalho, acha que o projeto pode ajudar os autônomos. “Mas a gente precisa entender se o pátio atenderá os caminhões da região, porque, na época de safra, o Ecopátio e o Rodopark não dão conta”.
 
Carvalho diz que o maior gargalo se concentra em Cubatão e que é preciso solucionar o problema dos caminhões que transportam granéis sólidos. “Quando chove, os navios de grãos não operam. Os caminhões estão descendo a Serra, mas os que estão nos pátios não saem. As vagas são poucas na região. Esperamos que resolva”.
 
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), André Luís Neiva, afirma que “toda iniciativa que venha contribuir com a disponibilização de vagas de estacionamento na nossa região é muito bem-vinda".
 
“Sem parar” ajudaria logística
 
Um pátio regulador com um sistema do tipo “sem parar”, que possibilitasse fazer o pré-gate (triagem) de acesso ao Porto, validando as informações necessárias para entrada nos terminais ou descarga de produtos, ajudaria na eficiência logística, acreditam os representantes do transporte rodoviário. O sistema precisaria ser integrado com órgãos fiscalizadores, como Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agências de navegação etc.
 
O presidente do Sindisan, André Luís Neiva, ressalta que “a associação de tecnologias ajudará a disciplinar o fluxo atual de caminhões que circulam na Baixada Santista”.
 
Contudo, Neiva lembra que nem todos os terminais da região estão sob a jurisdição da Autoridade Portuária, como alguns terminais retroportuários que ainda não utilizam sistema de agendamento. “Nesse caso, seria importante a participação de todos os envolvidos nessa modalidade. Isso, certamente, proporcionará uma melhor distribuição no trânsito local”.
 
O presidente do Sindicam, Luciano Carvalho, diz que o uso de um “sem parar” agiliza a liberação do caminhão. “Mas, temos que ter mais agilidade onde descarrega os caminhões, nos terminais, o que ajuda não somente os caminhoneiros e as operações de cargas, mas a população de Cubatão, Santos, Guarujá e São Vicente”.