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Secretário de Assuntos Portuários e Emprego reforça projetos portuários e ações de emprego em Santos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Bruno Orlandi destaca avanços no Parque Valongo, túnel Santos-Guarujá, STS10 e mutirões de contratação, além da busca pela implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE)
 
O secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi, retorna à pasta entusiasmado para dar continuidade a políticas públicas iniciadas na gestão anterior. Da expansão do Parque Valongo à Zona de Processamento de Exportação (ZPE), passando por mutirões de emprego com contratação imediata, Orlandi enumera as prioridades e avalia os impactos de projetos como o túnel Santos-Guarujá, STS10 e terminal de cruzeiros para a Cidade.
 
Qual a contribuição da secretaria ao Parque Valongo, um marco na relação Porto-Cidade?
 
O Parque Valongo é uma atuação da secretaria, que faz a articulação Porto-Cidade. A primeira fase foi um grande sucesso. O prefeito Rogério Santos (Republicanos) liderou e, com a ajuda do deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), conseguimos a cessão dessa área federal (armazéns 1 ao 6), que estava abandonada, deteriorada e precisando de investimentos.
 
Qual a previsão do início das obras da segunda fase do Parque Valongo?
 
As obras estão previstas para começar no segundo semestre desse ano e devem ser concluídas no meio de 2026. É uma obra da Autoridade Portuária, mas a secretaria integra uma comissão e faz a articulação entre as autoridades envolvidas, estaduais e federais.
 
E quanto ao bulevar aéreo, que conectará a Rua XV de Novembro ao Parque Valongo?
 
Essa passarela oferecerá mais acessibilidade. O içamento já começou e a gente verá algumas mudanças em breve. É uma ação relativamente nova, integrada a um projeto que está caminhando para a sua segunda fase. A ideia é que possa chegar até a frente do Valongo, onde temos a perspectiva de fazer um novo terminal de passageiros.
 
Por que é importante ao Município trazer o Terminal de Passageiros à região central?
 
É muito importante. Com a transferência, o Terminal de Passageiros passará a compor um grande complexo turístico ao qual os turistas terão acesso direto. Os passageiros descerão em uma região muito melhor, em frente ao Museu Pelé, com o Centro Histórico ao lado, e com a segunda fase do Parque Valongo implementada. Esse é um trabalho que a gente também vai desenvolver ao longo desse período. O terminal de cruzeiros, ainda que a mudança demore, será a cereja do bolo do nosso complexo turístico.
 
Na sua primeira passagem pela secretaria, houve iniciativas voltadas à qualificação profissional e geração de emprego e renda. Quais ações terão continuidade?
 
Temos convênio com a Fundação Cenep, que desenvolve um trabalho competente, mas vamos ampliar convênios com o Estado e a iniciativa privada. Já demos início a esse trabalho e espero ter novidades relativas à qualificação em breve.
 
Os mutirões de emprego terão continuidade?
 
Sim. Nós já tivemos o primeiro mutirão, no Centro Público de Emprego, ao lado do Poupatempo, no último dia 16, com três empresas fazendo entrevistas no local. Normalmente, a pessoa recebe um termo de encaminhamento e faz a entrevista na empresa. Foram oferecidas 120 vagas e dezenas de pessoas saíram de lá empregadas. A missão delegada pelo prefeito é fomentar oportunidade e qualificar esse emprego. E uma forma contundente de entregar é, de fato, uma entrevista no local, com a carteira assinada.
 
Quantos mutirões de emprego serão realizados?
 
Faremos isso mensalmente e já temos o dobro de empresas comprometidas em participar e fazer as entrevistas no Centro Público. A gente pretende incrementar ainda mais esse evento.
 
Qual é a sua expectativa em relação ao túnel Santos-Guarujá?
 
Há uma grande expectativa, de todos, se o túnel vai sair. Eu acredito que sim, porque é um trabalho que está sendo feito por inúmeras mãos: os prefeitos de Santos e de Guarujá, o governador, a Autoridade Portuária, o Governo Federal, todos querem. Eu estava na primeira reunião da comissão, representando a Prefeitura, e vi a primeira semente desse projeto sendo colocada, crescendo, germinando e, hoje, estamos ávidos aguardando a publicação do edital. Na minha perspectiva, ele sai, sim. Logicamente, nós temos que acompanhar. O projeto tem um impacto significativo na cidade, especialmente quanto à mobilidade urbana e às moradias das pessoas na região do Macuco.
 
A secretaria também se envolveu na questão envolvendo desapropriações de imóveis no Macuco para obras de acesso ao túnel?
 
Temos acompanhado e feito um trabalho para que haja o menor impacto possível a cada morador. O túnel é um progresso para a Cidade, mas a gente tem que acompanhar de perto.
 
Por um lado, o terminal STS10, no Saboó, ampliará a capacidade de contêineres. Por outro, há preocupações relacionadas a eventuais impactos logísticos e de empregos. Qual sua avaliação?
 
Percebo tanto o direcionamento do TCU (Tribunal de Contas da União) quanto da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para a realização desse leilão, mas precisamos acompanhar ainda mais de perto. Por quê? Muitos empregos são gerados ali, o cais público utiliza essa área, assim como muitas empresas que geram empregos e isso traz impacto para a região. Vejo com bons olhos o aumento da capacidade para contêineres na Cidade, mas a Prefeitura tem que ser voz ativa nesse processo, acompanhando os impactos na geração de emprego, na mobilidade urbana e na entrada de Santos, para mitigar esses impactos e buscar soluções a outras situações que possam surgir com esse leilão.
 
É possível o STS10 e o Terminal de Passageiros coexistirem, um ao lado do outro, sem prejuízo das operações?
 
Acredito que sim, desde que algumas ações prioritárias sejam realizadas. Buscamos muito, na última gestão, a melhoria do acesso rodoviário, e, recentemente, o governador anunciou a terceira pista da Rodovia dos Imigrantes. Precisamos desse novo acesso rodoviário, que vai dividir o trânsito das margens Esquerda e Direita do Porto, que terá um impacto positivo, aumentando a capacidade em 145% dos recursos de carga. Porém, devemos melhorar o acesso à entrada da Cidade. A gente consegue ter um terminal de contêineres conversando com um terminal de passageiros, mas com acesso rodoviário redefinido, os acessos têm que acontecer de fato para contribuir com o trânsito local.
 
O senhor se refere aos dois viadutos da Alemoa?
 
Obras além dos viadutos de retorno da Alemoa, que é nosso coração retroportuário. Hoje, os avanços são significativos para a implementação dos viadutos. Isso vai ajudar muito, inclusive, no trânsito interno da Alemoa. Mas, a gente lutou, lá atrás, para a modificação do geométrico da Alemoa, um investimento de R$ 120 milhões do Governo do Estado em parceria com o Município, que trouxe o recurso e as obras começam, agora, em fevereiro. Então, é um trabalho que também vai impactar.
 
Imagine, viadutos de retorno, mudança do geométrico da Alemoa, acesso rodoviário de acesso aos terminais, como o STS10, e outro como corredor de exportação para que possamos diminuir o trânsito, tudo isso junto com a construção da nova pista da Imigrantes. Essas ações tendem a melhorar a mobilidade no acesso rodoviário e a gente vai lutar muito para que elas aconteçam.
 
O que falta para termos uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE)?
 
Eu me orgulho de ser o primeiro a falar de ZPE na Cidade, que é um grande gerador de empregos, de mudança de paradigma. Hoje, retomamos o trabalho iniciado lá atrás, buscando cada vez mais estruturas, mudanças no arcabouço legal, estudos que viabilizem a implementação da ZPE e essa vai ser uma das prioridades do Município, da Secretaria de Assuntos Portuários e Emprego para o próximo ano. Vamos batalhar para que uma ZPE em Santos vire realidade.
 
O que pretende fazer?
 
Eu era secretário à época e mandei o projeto de lei que altera a Lei de Uso e Ocupação do Solo da Área Continental para a Câmara Municipal. O projeto já passou por algumas comissões e teve audiência pública. Esperamos ter essa legislação aprovada já no primeiro semestre desse ano. Com isso acontecendo, já podemos pensar na segunda fase, que é o estudo de viabilidade econômica.
 

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