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País passou a ter mais 700 mil desempregados só na segunda semana de junho

Fonte: O Globo
 
Pesquisa Pnad Covid19 do IBGE também mostra que desde o início de maio 4,2 milhões de pessoas que estavam afastadas do trabalho retomaram suas atividades
 
 
Enquanto os indicadores da atividade econômica dão os primeiros sinais de recuperação, no mercado de trabalho os dados ainda são negativos. Só na segunda semana de junho, cerca de 700 mil brasileiros foram empurrados para o contingente de desempregados, que chegou a 11,9 milhões de pessoas, contra 11,2 milhões na semana anterior. No início de maio, eram 9,8 milhões. De lá até meados de junho, 4,2 milhões de pessoas que tinham deixado suas atividades por causa da pandemia retornaram ao trabalho.
 
Os números estão na Pnad Covid, divulgada ontem pelo IBGE. Para os especialistas, os indicadores da pesquisa apontam para um agravamento da situação do emprego no país.
 
— Apesar de muitas pessoas estarem voltando ao trabalho, algumas empresas podem não existir quando o mercado voltar à atividade. A taxa de desocupação, apesar de uma certa estabilidade, mostra um crescimento. E uma parte da população não está conseguindo nem procurar emprego por conta da pandemia — avalia Yuri Lima, pesquisador da Coppe/UFRJ
 
De acordo com o IBGE, 12, 4 milhões de pessoas permaneciam afastadas do trabalho na segunda semana de junho. Outros 18,2 milhões gostariam de ter emprego e não procuraram vaga por causa da pandemia ou por não terem perpectivas de trabalho na localidade em que moram.
 
O economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Mauro Rochlin, destaca a proximidade do fim das medidas instituídas pelo governo de estabilidade de emprego, como a MP 936 que permite a redução de jornada e salários, que pode piorar a situação.
 
— As medidas que o governo tomou têm data marcada para acabar. Não acredito em uma retomada nos mesmos níveis que víamos antes da pandemia. — afirmou.
 
Pelos dados do IBGE, a população fora da força de trabalho, que não estava empregada nem procurava vaga, era de 74,9 milhões de pessoas. Na comparação com a semana anterior, o indicador ficou estável.
 
Para coordenadora da pesquisa do IBGE, Maria Lucia Vieira, as medidas de reabertura da economia levam mais gente a procurar emprego, e a resposta do mercado vai variar nas diferentes regiões do país.
 
— Vai depender muito do que vai acontecer das definições dos governos estaduais em relação ao distanciamento. A tendência é que essa recuperação do emprego seja muito regional.
 
Ela explicou que como os trabalhadores informais foram os primeiros afetados pelos efeitos da pandemia, há uma tendência que essa parcela da população, que muitas vezes não tem reserva financeira, procure por empregos formais. Além disso, a estabilidade do número de trabalhadores remotos indica que a modalidade de trabalho é uma tendência, de acordo com Vieira.
 
Segundo a pesquisa, a população ocupada está estimada em 83,5 milhões de brasileiros. A taxa de ocupação caiu 0,3% em comparação a semana anterior, passando a 49%.
 

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