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Crise do frete afeta operações no Porto de Santos

Fonte: A Tribuna On-line / Fernada Balbino
 
Terminais de granéis sólidos de origem vegetal têm recebido menos mercadorias do que o habitual

 
A polêmica envolvendo a cobrança do frete mínimo para o transporte de cargas vem afetando as operações do Porto de Santos. Terminais especializados na movimentação de granéis sólidos de origem vegetal têm recebido menos mercadorias do que o habitual. Na última sexta-feira (15), 84 navios aguardavam por uma janela de atracação no cais e, destes, 22 esperavam para o carregamento de grãos. 
 
A Tribuna apurou que pelo menos três terminais do cais santista reduziram seus carregamentos em virtude da falta de cargas. Para driblar a ausência de caminhões, as mercadorias que chegam a Santos utilizam, predominantemente, o modal ferroviário.
 
Em uma das instalações graneleiras do cais santista, ao invés das 6 mil toneladas recebidas diariamente de Mato Grosso (MT), apenas 700 toneladas de grãos estão chegando por dia. Toda essa mercadoria fica armazenada nas zonas produtoras, onde mais de 10 milhões de toneladas de grãos aguardam para ser transportada
 
A informação é do diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. Segundo ele, nas últimas semanas, apenas 20% dos grãos deixaram a zona produtora em direção aos portos.
 
Para dar um fim ao movimento nacional dos caminhoneiros, que bloqueou estradas e provocou o desabastecimento de combustíveis, cargas e até alimentos, o Governo Federal firmou um acordo com a categoria. No entanto, a medida gerou outra crise, já que produtores e exportadores não concordaram com a tabela mínima de frete, que, segundo eles, pode acrescer em até 150% o custo final da carga.
 
Para o diretor-executivo da Anec, é impossível garantir uma tabela de frete mínimo aos caminhoneiros. As variações do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional fazem com que os custos flutuem e os produtores e exportadores não tenham como garantir uma remuneração fixa aos motoristas.
 
Segundo Mendes, com o acordo firmado entre os caminhoneiros e o Governo Federal, as exportações ficaram muito mais caras. A estimativa é de que o custo adicional seja de US$ 40 por tonelada de soja, milho ou farelo de soja. “Vemos essa situação com muita preocupação. Isso se arrasta há muito tempo, os prejuízos são monstruosos e pega muito mal como exportador confiável”, destacou o executivo.
 

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