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Marinha culpa comandante de navio por acidente que derrubou 46 contêineres na costa de SP

Fonte: G1 Santos
 
Outros três oficiais também foram responsabilizados no inquérito. Retirada das caixas metálicas do mar ainda não acabou.
 
A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), culpou o comandante do navio Log-In Pantanal e outros três oficiais do cargueiro pelo acidente que ocasionou a queda de 46 contêineres do navio no mar. Passados seis meses do ocorrido, somente 14 caixas metálicas foram recuperadas.
 
Em agosto de 2017, os contêineres foram lançadas ao mar, na Barra de Santos, depois que a embarcação foi atingida por ondas de até 4,5 metros durante a madrugada. O navio aguardava para realizar manobra de entrada no cais santistas. Mercadorias, que ficaram espalhadas pela costa, foram saqueadas.
 
No documento, ao qual o G1 teve acesso, a Capitania dos Portos estabelece que houve "negligência" dos tripulantes em relação à segurança das operação e à correta fixação dos contêineres no navio. Além da queda das caixas metálicas na água, houve também danos à embarcação, que precisou de reparos.
 
Atribuiu-se ao comandante do navio a culpa em razão da "violação dos deveres". A responsabilidade foi compartilhada ao oficial imediato, ao primeiro oficial de náutica e, ainda, ao segundo oficial de náutica do Log-In Pantanal. A conclusão, considerada prévia pela Capitania, ocorreu após laudo pericial.
 
Enquanto a Log-In alegou que o ocorrido foi em razão do mau tempo, na análise técnica e na apuração por depoimentos, constatou-se que as caixas metálicas não tiveram reforço de fixação na embarcação por hastes metálicas (peação), o que deveria ter ocorrido já que houve alerta de mar agitado durante o período.
 
Os demais oficiais foram responsabilizados em razão de estarem em serviço no momento do acidente. Mesmo após o início dos fatos, não houve determinação por parte do comando da embarcação para que houvesse eventual reforço para fixar os contêineres. No ocorrido, entretanto, ninguém ficou ferido.
 
Por meio de nota, a Log-In informou que ainda não foi comunicada formalmente sobre a conclusão apresentada pela Capitania dos Portos. "No momento, o assunto está sendo analisado pelo corpo jurídico da empresa", ao afirmar que tomou conhecimento apenas agora de que o documento responsabiliza os oficiais do navio.
 
O acidente
 
A queda ocorreu na madrugada de 11 de agosto, quando o navio estava no Fundeadouro 3 do Porto de Santos. A embarcação aguardava para realizar nova manobra para atracar em um terminal do Porto de Santos, de onde havia saído após operar o embarque de caixas metálicas em outras instalação do cais santista.
 
Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao complexo portuário, foi monitorado por equipamentos que identificam objetos submersos. Por quase 24 horas, a via navegável teve que ser bloqueada. A Marinha do Brasil emitiu uma alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar.
 
Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a barra de Santos e a região costeira das cidades.
 
Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que boiavam na barra de Santos. Entre os produtos recuperados, estavam eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário. As mercadorias foram apreendidas e as pessoas acabaram liberadas na delegacia.
 
Passados seis meses do sinistro, apenas 14 contêineres foram recolhidos do mar, sendo nove na primeira fase da operação de remoção. Na última semana, novos equipamentos chegaram à baía de Santos para continuar os trabalhos, que são monitorados pelas autoridades marítima, ambiental e portuária.
 

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