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28/05/2014 - 00h29

Delloite, o retorno - Parte I


Fonte: A Diretoria



Assim que soubemos que a empresa de auditoria tributária Deloitte estava sendo contratada pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) para fazer outro trabalho de consultoria fomos publicamente contra e críticos, principalmente por motivos bem específicos.
 
Primeiro porque os valores do contrato celebrado em 2009 para os serviços que foram solicitados e executados estavam, em nosso entendimento, caros demais. Segundo, porque todo trabalho feito pela empresa naquela ocasião não resultou em praticamente nada que pudesse ser aproveitado pela CODESP. Muito pelo contrário.
 
Vale lembrar que a consultoria constatou um número excessivo de superintendências e gerências no quadro organizacional da Autoridade Portuária, inclusive propondo reduções. Meses depois, uma inusitada resolução da presidência da estatal determinou a criação de novos cargos para as duas áreas.
 
E em terceiro por conta de sua ligação com a Codesp num momento de extrema e negativa repercussão nacional em razão da enxurrada de reportagens e matérias veiculadas na imprensa falada e escrita versando sobre um possível envolvimento em esquema de fraude nos balanços do Banco Panamericano.
 
Na primeira reunião de trabalho que tivemos com o novo presidente da Codesp, Angelino Caputo, nos foi passado pelo mesmo os motivos e objetivos que levaram a Secretaria de Portos (SEP) a contratar a Deloitte. A ideia inicial seria um trabalho de consultoria contratado e pago pelo setor empresarial portuário. Depois, vingou a ideia dos serviços serem contratados pela própria SEP através de uma licitação pública, da qual a empresa se saiu vencedora.
 
Nesta mesma reunião, os representantes do Sindaport deixaram consignadas suas dúvidas do que seria pior: uma consultoria para o setor portuário, contratada e paga exclusivamente por empresários, ou a Deloitte ter ganho a licitação pública para realizar a consultoria.
 
A consultoria certamente não deixou de ser contratada e paga pelos empresários por falta de “grana”. Estamos falando de entidades empresariais como ABTRA, ABTP, e outras que possuem muita “bala na agulha”, com dinheiro de sobra para pagar não apenas a Deloitte como diversas outras consultorias.
 
Então porque optar pela contratação através da SEP? Talvez aí que seja o maior de todos os nossos perigos. Uma empresa de consultoria contratada pelo setor empresarial não teria livre trânsito, acesso fácil, dentro das Cias. Docas. E ainda, o resultado final da consultoria seria visto como um “pacote” encomendado “ao gosto do freguês”, ou seja, dos empresários.
 
Uma consultoria proposta pelo próprio Governo através da SEP, certamente terá livre trânsito dentro das Cias. Docas e demais agentes. E ainda, as propostas de revisões e mudanças apontadas pela consultoria terão “status” de proposta de governo.
 
Assim que o ministro da SEP, Antonio Henrique Silveira, teve conhecimento das críticas feitas pelo Sindaport com relação à Deloitte, pediu para um executivo da consultoria entrar em contato com o nosso presidente, Everandy Cirino dos Santos, via telefone.
 
No contato, o pedido para que os consultores da Deloitte fossem recebidos pela diretoria do sindicato a fim de detalharem o trabalho que será realizado. A reunião já aconteceu em nossa sede e os pormenores serão publicados neste portal na próxima semana. Aguardem Deloitte, o retorno (Parte II).