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06/08/2025 - 04h53

Santos aposta em mobilidade, moradia e cultura para redesenhar o futuro urbano


Fonte: A Tribuna On-line
 
Com túnel Santos-Guarujá, nova arena, revitalização do Centro e investimentos no Porto, cidade planeja crescimento com qualidade de vida e preservação de suas vocações histórica e turística
 
Santos vive um período de transformação. É puxado por investimentos em áreas como mobilidade urbana, turismo, habitação, logística e infraestrutura. Projetos em andamento, outros prestes a sair do papel e articulações com os governos Estadual e Federal reforçam o plano do Município de reconfigurar a dinâmica urbana. A meta é tornar a Cidade mais conectada, habitável e humana, mantendo as vocações turística e portuária que marcam sua história.
 
O prefeito Rogério Santos (Republicanos) afirma que os investimentos estão interligados e podem alterar profundamente o cotidiano nos próximos anos. A proposta vai além da infraestrutura: é uma política urbana de ocupação planejada do território com foco em qualidade de vida e valorização dos espaços urbanos.
 
Um dos pontos centrais desse movimento é a construção da nova arena do Santos Futebol Clube, que será erguida na Vila Belmiro por meio de uma parceria entre o clube e a empresa WTorre. Para o prefeito, mais do que um estádio, o futuro equipamento representa uma oportunidade de impulsionar o turismo, a cultura e a economia da Cidade.
 
“Essa arena é fundamental porque Santos é uma cidade turística. A gente tem os teatros, o Parque Valongo, o Centro de Convenções, mas carece de um espaço para grandes shows. Assim como outras cidades têm arenas com capacidade para 30 mil, 40 mil pessoas, nós também vamos poder atrair grandes artistas, que trazem grandes públicos”, afirma.
 
Para o prefeito, o estádio causará valorização imobiliária do bairro. “Por meio do Estudo de Impacto de Vizinhança, o próprio clube vai ter que investir na infraestrutura do bairro — calçadas, viário, câmeras de segurança. Está tudo previsto como contrapartida (após debate) nas audiências públicas.”
 
PORTO
 
Se a arena incentiva cultura e turismo, o investimento portuário exige planejamento logístico. O terminal de contêineres STS10 (Tecon Santos 10), que prevê movimentar mais de 5 mil caminhões por dia, gerou preocupações. Para Rogério Santos, a operação só pode começar com a infraestrutura viária adequada.
 
“Hoje, só existe um viaduto para acesso ao Porto, que já está esgotado. Determinei que esse terminal só poderá funcionar depois que o novo viaduto estiver pronto. Essa foi uma exigência clara da Prefeitura”, declara.
 
O Viaduto da Alemoa já está sendo restaurado, e uma nova ligação viária do tipo já tem estudos autorizados: a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos permitiu à Ecovias Imigrantes, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, começar estudos para os projetos básico e executivo do futuro viaduto — que terá uma alça para acesso de caminhões à Via Anchieta.
 
O edital do STS10 incluiu a obrigação de se construir um novo terminal de passageiros, próximo ao Parque Valongo, com investimento superior a R$ 1 bilhão. O projeto foi articulado junto ao Tribunal de Contas da União. “O Porto tem que ser importante para o Brasil, mas precisa ser, antes de tudo, importante para Santos.”
 
A ideia é que o terminal reconfigure a chegada dos cruzeiros. A estrutura existente, em Outeirinhos, atende a demanda, mas a região tem conflitos logísticos. “O novo local será mais acessível ao turista, perto do Museu Pelé, das igrejas, da Bolsa do Café, dos bondes, do Parque Valongo. Com passarelas e passagens adequadas, o turista terá acesso a uma zona turística revitalizada.”
 
Túneis, solução metropolitana na Cidade
 
No campo da mobilidade urbana, o prefeito citou dois projetos: os dos túneis Santos-Guarujá e Zona Noroeste-Marapé. O primeiro já está em licitação pelo Governo do Estado, em conjunto com o Governo Federal. A proposta é ligar as duas cidades com mais agilidade e eficiência, incluindo a passagem do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).
 
“São 9 mil empregos diretos gerados na construção. É uma inovação na engenharia brasileira, mas o ganho maior é para o morador da Baixada. Com o VLT passando pelo túnel, vamos ampliar ainda mais esse sistema. A travessia por balsas não é mais solução. A cada navio que passa, a balsa para. Não dá mais. O túnel resolve isso, e mais: vai urbanizar o Macuco e resolver questões habitacionais”, diz.
 
A ligação Zona Noroeste-Marapé ainda está em fase de projeto, em parceria com o Estado.
 
A expansão do VLT, que agora chega à região central da Cidade, também faz parte do pacote de mobilidade e reurbanização. O novo trecho ainda está em testes. “É uma operação mais complexa, mas o governador (Tarcísio de Freitas, Republicanos) se comprometeu a entregá-lo neste segundo semestre.”
 
PRIORIDADE
 
A proposta de revitalização do Centro é uma prioridade da Administração. Rogério Santos explica que a estratégia é atrair moradores para a região, que hoje tem perfil comercial. “Temos um déficit habitacional em Santos. E o Centro tem tudo: água, esgoto, internet, luz, asfalto, praças, lazer. Só falta moradia. Estamos mudando isso com incentivos: isenção de IPTU na construção, desconto no ITBI, parceria com o Estado para retrofits e projetos habitacionais. Queremos que o Centro tenha vida, com pessoas nas ruas todos os dias.”
 
A visão é a de uma cidade inteligente, onde as pessoas possam morar, trabalhar e circular no mesmo bairro. “Hoje, o Gonzaga, o Marapé, a Zona Noroeste têm moradia, serviço e comércio. O Centro só tem comércio. A gente quer corrigir isso. Já há empreendimentos privados em andamento, moradias estudantis, habitação para moradores de cortiços.”
 
Como resultado visível, o prefeito citou um bar da região, que já ampliou suas instalações, e a movimentação crescente em locais tradicionais, como o Café Carioca. “As casas noturnas voltaram, os imóveis estão sendo reformados para novos comércios e restaurantes. Isso começou com o VLT e o terminal de passageiros.”
 
CULTURA
 
No campo cultural, a Cidade também se prepara para a instalação do Museu Ferroviário, na região do Valongo, ao lado do Museu Pelé e do futuro terminal de passageiros de transatlânticos.
 
“Santos cresceu com base em três pilares: café, porto e ferrovia. Já temos o Museu do Café, o Museu do Porto e, agora, vamos completar a tríade. A locomotiva presidencial que temos já é aberta para visitação. Vamos estruturar esse acervo com verba do Governo do Estado e criar mais um atrativo turístico.”