Fonte: Jornal da Orla
Em abril deste ano, o advogado Anderson Pomini completou dois anos como presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS). Em entrevista ao BE News e Jornal da Orla, Pomini destacou as iniciativas de sua gestão à frente do maior porto do país e os desafios do complexo portuário para os próximos anos, que envolvem grandes obras para aumentar a competitividade e eficiência do Porto de Santos.
Pomini foi indicado, em abril de 2023, pelo então ministro de Portos, Márcio França, hoje na pasta de Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. O convite também teve a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Um dos primeiros temas de Pomini, ao assumir, foi a retirada da Autoridade Portuária do programa de privatizações. “Quando chegamos, o Porto estava no programa de privatizações do governo anterior, com investimentos suspensos, 400 funcionários haviam sido demitidos. O setor, a comunidade, os arrendatários estavam aflitos porque não havia plano de investimentos. Passamos perto de um ano e meio fazendo o reposicionamento da empresa”.
INTEGRAÇÃO
Também nos primeiros meses de gestão sob a liderança de Pomini, foi feita uma lista com as prioridades do Porto de Santos. Uma delas, era de aproximar a população das cidades que abrigam o complexo com as atividades e operações. O trabalho foi feito. “Já ouvi de muitas pessoas que essa é a gestão que mais abriu as portas da instituição”.
Pomini explica que foi com esse diálogo que foi tirado do papel, ainda no primeiro ano, o projeto do Parque Valongo, que representa efetivamente a integração com a cidade. “Reinauguramos o Museu do Porto, que já recebeu milhares de visitantes, instituímos um programa permanente de visitações a estudantes e turistas que tenham interesse em conhecer as operações. Então, trouxemos um plano de ação para efetivar essa integração com a cidade”, pontuou.
Segundo o presidente, em 2023, o Governo Federal anunciou investimentos que superam R$ 12 bilhões, em obras de infraestrutura, bem como investimentos privados.
Entre as obras, estão o túnel Santos-Guarujá, que contará com investimentos do Governo Federal e do Governo de São Paulo e tem seu leilão marcado para o dia 5 de setembro; obras de melhorias de acesso nas duas perimetrais em Santos e em Guarujá; aprofundamento do canal de acesso para até 17 metros a partir de uma concessão, com o objetivo de permitir o acesso e maior frequência de manobras de navios maiores no complexo santista, entre outras.
“É um momento histórico que o Porto de Santos vive, e tenho o prazer e a honra de ter participado desse período de dois anos. Se tivesse que finalizar minhas contribuições hoje, certamente, já o faria com muita gratidão por ter contribuído pela elaboração desse plano de investimentos, que vai destacar o Porto de Santos dentre os principais do mundo, não somente em operações, mas em eficiência, com boa tecnologia, e, entregando como ‘prêmio’ o túnel Santos-Guarujá. São dois anos de muita experiência, boas oportunidades, que certamente ficará na história do porto”, classificou.
Com a chegada do ministro Silvio Costa Filho ao ministério de Portos e Aeroportos, em setembro de 2023, houve especulações sobre a troca de comando na APS. O ministro logo confirmou a permanência de Pomini. “Primeiro, faço um agradecimento pela confiança ao ministro Silvio Costa Filho, ao Governo Federal, e dizer que isso não é um mérito somente meu, é de toda nossa equipe”, afirmou.
FUTURO
O presidente disse que nos próximos dois anos a prioridade será a continuidade do plano de investimentos do porto e que algumas entregas das obras anunciadas possam ser feitas no período. “O que pretendemos é entregar tudo o que for planejado. Obras do túnel começando, aprofundamento do canal, obras nas perimetrais, implementação do VTMIS, sistemas de tecnologia que foram anunciados, integração efetiva do porto com a cidade com a entrega da segunda fase do Parque Valongo, transferência do terminal de passageiros (Concais), muita coisa para ser feita. O que a gente pretende é iniciar o que foi planejado, pensando em um porto para os próximos 20 anos à frente. Um porto que precisamos e queremos, com eficiência, espaço e com integração”, finalizou.