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27/01/2025 - 11h10

Polo de inovação náutica é proposto para a Baixada Santista


Fonte: A Tribuna On-line
 
Projeto inclui consórcio intermunicipal, fabricação de embarcações modernas e estudos para fortalecer a mobilidade hidroviária e o setor industrial da região
 
Representantes da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS), do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e da iniciativa privada apresentaram, na sexta-feira (25), em Santos, a proposta de criação de um polo de inovação da indústria náutica na Baixada Santista.
 
O encontro reuniu secretários municipais da região e teve como objetivo chamar a atenção das cidades para a iniciativa, que busca, a partir da Baixada, fomentar nacionalmente o setor industrial.
 
De acordo com o advogado santista Gontran Parente, criador da SPHidro SA – empresa voltada ao transporte público hidroviário que já opera na capital paulista –, a proposta inclui a formação de um consórcio intermunicipal para disputar e vencer a licitação de uma parceria público-privada (PPP) destinada aos sistemas de travessias do Estado.
 
“Queremos formar um consórcio robusto para participar e ganhar essa licitação, permitindo que o projeto do Porto-Indústria seja desenvolvido na Baixada Santista. O polo se dedicaria à fabricação de embarcações de passageiros, embarcações de segurança, modelos blindados para a Marinha e forças policiais, embarcações para a aduana e para o recolhimento de lixo em rios. Todos esses projetos já estão prontos para execução”, explica Parente.
 
Modernização e Tecnologia
 
A proposta é apoiada pelo programa Navega Mais Brasil, iniciativa que reúne empresas privadas e instituições, como a AEAS e o Fórum Brasil de Turismo Cultural. O programa também apoia a construção de protótipos de embarcações feitas de alumínio, movidas a combustão elétrica ou com modelos híbridos.
 
Segundo o CEO do Fórum e coordenador do programa, Sérgio França, essas embarcações serão testadas em operações assistidas, ou seja, testes para demonstrar sua eficiência e viabilidade.
 
“Essas operações assistidas funcionam como vetores de desenvolvimento para um setor industrial de alta tecnologia naval. Isso nos permite cooperar com empresas para que participem da licitação das travessias e fortaleçam toda a cadeia produtiva da indústria náutica. Esse movimento traz benefícios como geração de empregos, desenvolvimento econômico e aumento da arrecadação de impostos”, explica França.
 
Atualmente, há uma unidade de desenvolvimento de embarcações no Guarujá, e o plano da SPHidro inclui a expansão para outras cidades da região.
 
“Cubatão e São Vicente já manifestaram interesse em plantas de produção, enquanto o Guarujá planeja ampliar suas instalações. Esse sistema de mobilidade náutica interligando as cidades beneficia a todos”, afirma França.
 
O CEO destaca ainda que vencer a licitação para a operação dos serviços de travessias seria um passo crucial para alavancar o setor. “O serviço de travessias é um grande contrato, e isso possibilita investimentos. Grandes contratos criam estrutura para que contratos menores também sejam beneficiados.”
 
Estudos de Impacto
 
Além disso, César Massaro, engenheiro vinculado à AEAS e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), destacou o papel da associação no apoio à divulgação e articulação de soluções hidroviárias para a região.
 
Ele revelou que foi proposta às prefeituras a realização de estudos de impacto socioeconômico e ambiental sobre a introdução de serviços hidroviários de passageiros e carga.
 
“Cada cidade tem necessidades e prioridades diferentes, mas é fundamental que compreendam o potencial de uma solução hidroviária sistêmica para a Baixada Santista. Esses estudos ajudarão as prefeituras a entenderem os impactos e benefícios, permitindo que tirem o máximo proveito desse modelo de mobilidade”, esclarece Massaro.