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05/07/2024 - 11h07

Práticas ESG e atração de investimentos são temas de debate no Conogmo


Fonte: BE News

Congresso Nacional dos Órgãos de Gestão de Mão de Obra Portuária fechou a série de eventos promovidos pela Fenop
 
A adoção de modelos de governança ambiental, social e corporativa (ESG) e outras iniciativas de responsabilidade socioeconômicas para atrair investimentos nos portos brasileiros foram debatidas na quinta-feira (4), durante o XII Congresso Nacional dos Órgãos de Gestão de Mão de Obra Portuária (Conogmo).
 
Flávia Nico Vasconcelos, coordenadora geral da Secretaria Nacional de Portos, ressaltou a importância do ESG no planejamento estratégico do setor. Segundo ela, autoridades portuárias devem identificar seus stakeholders fundamentais e compreender como suas atividades impactam a comunidade local. “Não temos o interesse de obrigar os gestores portuários. Eles devem entender o que é melhor para o negócio. Criamos políticas públicas para direcionar ao melhor caminho”, afirmou.
 
Flávia apresentou o guia de enfrentamento ao assédio no setor portuário, lançado em março deste ano como uma das medidas adotadas pelo Ministério de Portos e Aeroportos para incentivar o setor nacional, além de divulgar que a edição do Prêmio Portos + Brasil 2024 ganhou uma nova categoria: Igualdade de Gênero.
 
“Essas medidas foram adotadas com base no ODS 5 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável relacionado à igualdade de gênero) da Organização das Nações Unidas (ONU), dentro da agenda de Desenvolvimento Sustentável 2030”, detalhou Flávia.
 
Ana Cláudia Barbosa, diretora executiva do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) Itaqui, abordou os desafios da implementação das iniciativas de responsabilidade social. Barbosa frisou que o ESG não é um conceito novo, mas que há pontos de inflexão que exigem uma nova abordagem econômica, voltada para a confiança, ética e transparência.
 
De acordo com a diretora do movimento Mulheres nos Portos, a preparação da mão de obra portuária para acompanhar as novas modalidades de trabalho é uma das principais dificuldades na gestão dos terminais portuários. “Não dá mais para olhar só para o retrovisor, temos que avançar para o futuro. Preparar a mão de obra para as novas necessidades, para que seja competitiva e empregável, sem precariedade”, disse.
 
Daniela Pinheiro, diretora executiva do Ogmo de Salvador e Aratu (Ogmosa), enfatizou a necessidade de implementar mais tecnologia na preparação dos trabalhadores portuários, somada às mudanças na legislação brasileira para promover inclusão e capacitação.
 
“O ESG não só faz parte do planejamento de negócios, mas é um propósito essencial para as operações portuárias. Motivamos o setor portuário para que esse tema traga um futuro melhor para nossas gerações”, pontuou.
 
Béatrice de Toledo Dupuy, gerente executiva da Santos Brasil, mencionou os aspectos que a empresa considera essenciais na busca por manter uma gestão empresarial responsável e alinhada às necessidades sociais e ambientais: “Segurança nas operações, condições justas, direitos dos trabalhadores, desenvolvimento profissional, bem-estar e impacto comunitário”.
 
A moderação do debate foi conduzida pelo conselheiro fiscal e diretor de operações do Terminal Santa Catarina SA (TESC), Randal Luciano Couceiro.
 
Fenop 30 anos
 
O XII Congresso Nacional dos Órgãos de Gestão de Mão de Obra Portuária encerrou as celebrações dos 30 anos da Federação Nacional de Operações Portuárias (Fenop).
 
O presidente da federação, Sérgio Aquino, agradeceu a colaboração de todos os envolvidos no evento para garantir avanços e a competitividade de um setor tão importante para o país.
 
“Tivemos palestras e painéis extremamente importantes, discutimos desde legislação até questões de segurança, responsabilidade social, desafios do novo modelo de trabalho e gestão portuária, automação de terminais, além de grandes palestras com ministros do Tribunal Superior do Trabalho. Essa é a tradição da Fenop, estamos extremamente satisfeitos com os resultados do evento este ano”, declarou Aquino.