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13/05/2024 - 10h07

Setor portuário unido em solidariedade ao RS


Fonte: A Tribuna On-line / Jesualdo Silva*
 
Não podemos ignorar a necessidade de ações preventivas e de longo prazo
 
Desde o dia 29 de abril, o Rio Grande do Sul tem sido afetado por fortes chuvas que deixaram um rastro de destruição. Enchentes, desabamentos, alagamentos e interrupções de vias têm se tornado uma dolorosa realidade para muitas pessoas. Os números são alarmantes, mais de 1,4 milhão de cidadãos afetados em 425 municípios ou 78% do total, sendo 336 em situação de calamidade pública.
 
Os estragos causados por esse desastre natural são devastadores. Muitos estão enfrentando dificuldades extremas, privados de necessidades básicas, como água potável, energia, alimentos e moradia. O transporte terrestre encontra-se comprometido, o que torna a distribuição logística de suprimentos um desafio.
 
Esta é uma das piores tragédias naturais da história recente do estado, demandando uma resposta urgente e coordenada para enfrentar os desafios humanitários emergentes. Enquanto as equipes de resgate trabalham incansavelmente, a solidariedade e o apoio mútuo de todos os setores da sociedade tornam-se essenciais para superar esse momento difícil e iniciar o processo de reconstrução do estado.
 
Essa corrente de solidariedade e ajuda humanitária tem transformado esse cenário de devastação, trazendo um pouco alento e esperança para a população gaúcha. Toda a comunidade portuária tem se mobilizado e se unido em uma força-tarefa de apoio em diferentes frentes de ação. A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), em conjunto com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), além de outras entidades e empresas do setor, entre elas empresas associadas da ABTP, têm contribuído e estimulado doações de itens essenciais, como colchões, cobertores, materiais de limpeza e higiene, água potável, além de alimentos não perecíveis.
 
Assim como acorreu durante a pandemia da covid-19, em que os portos e terminais portuários atuaram como importantes portas de entrada e saída de medicamentos, alimentos, entre outros produtos essenciais, eles novamente mostram-se como um elo fundamental de uma logística integrada que une esforços por mar, rios, terra e ar. A força dos três modais: hidroviário, aéreo e terrestre, juntamente com o apoio dos portos e terminais portuários em todo o País, estão sendo imprescindíveis para fazer chegar ao Rio Grande do Sul a assistência necessária.
 
O sistema portuário, com toda a infraestrutura e logística adequadas ao recebimento e armazenamento de grandes volumes de suprimentos, torna-se verdadeiro centro de convergência capaz de facilitar o fluxo rápido e seguro, pelas vias marítimas e fluviais, de doações em grandes quantidades, vindas de diversos lugares do País para as regiões atingidas pelas enchentes.
 
É o momento de unir forças em solidariedade aos nossos irmãos do Rio Grande do Sul. O setor portuário, ao lado de segmentos ligados ao sistema de transporte brasileiro, vem atuando com dedicação para amenizar o sofrimento de tantas famílias. Governos de outros estados também vêm ajudando no envio de reforço de pessoal, materiais e equipamentos de resgate, sem contar a população que tem demonstrado o que há de melhor no Brasil: a solidariedade vinda de todas as formas, de todos os lugares.
 
Enquanto trabalhamos e unimos forças para enfrentar os desafios imediatos, não podemos ignorar a necessidade de ações preventivas e de longo prazo. A cultura ESG (ambiental, social e governança), por exemplo, é essencial nesse contexto. Requer educação contínua, conscientização ambiental e investimentos robustos em infraestrutura.
 
Compreendemos os desafios imensos que a região Sul do País enfrenta e acreditamos na capacidade de superá-los com a solidariedade e o apoio de todos os brasileiros. A resiliência e a união do povo gaúcho são admiráveis. Temos confiança de que a reconstrução será concretizada e uma nova era de prosperidade surgirá, restaurando a normalidade e devolvendo a esperança a cada lar do Rio Grande do Sul.

*Jesualdo Silva é presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)