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27/07/2023 - 10h59

Vice-governador do EspĂ­rito Santo destaca papel de ZPE para desenvolvimento local


Fonte: A Tribuna On-line
 
Ricardo Ferraço fala sobre Zona de Processamento de Exportação que será oficializada nesta quinta-feira (27)
 
Considerada um caminho com imenso potencial para a economia da Baixada Santista, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) está virando realidade em Aracruz, no Espírito Santo. A Tribuna conversou com o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, para saber das particularidades deste empreendimento. A assinatura da resolução que cria a primeira ZPE privada do Brasil acontece nesta quinta-feira (27), com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), em agenda no estado capixaba.
 
Qual será a importância da ZPE para a economia do Espírito Santo?
 
ZPEs são áreas de livre comércio destinadas à produção de bens para exportação e à prestação de serviços vinculados à atividade exportadora. São como polos industriais com a finalidade de desenvolver a cultura da exportação, fortalecem a balança comercial, dinamizam a economia. As ZPEs contribuem para o desenvolvimento local e para a diminuição das desigualdades regionais. A finalidade destes polos industriais está em sintonia com a missão e o trabalho do Governo do Espírito Santo, que é promover ações que possam contribuir para o equilíbrio econômico em todas as regiões capixabas. Este polo industrial dedicado à exportação que será instalado em Barra do Riacho, no município de Aracruz, ficará a 13 quilômetros dos portos da região e, por certo, vai atrair outras tantas empresas para o estado, gerando oportunidades e emprego a quem vive aqui. Atualmente, o Brasil tem 11 ZPEs autorizadas a funcionar, duas já em operação, em Pecém (CE) e Parnaíba (PI), e a de Aracruz será a primeira ZPE privada do País, com capacidade de expansão para até 5 milhões de metros quadrados.
 
A administração da ZPE capixaba ficará a cargo do Grupo Imetame. O Poder Público participará de alguma forma?
 
É importante destacar que o Espírito Santo tem vocação e muito destaque no comércio exterior. É um arranjo bem estabelecido, com uma pauta diversificada e a Zona de Processamento de Exportação surge num momento bem planejado para agregar valor ao produto exportado, com maior faturamento e consequentemente, maior renda para quem trabalha. Em março, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) o edital de chamamento público para a criação da primeira ZPE privada no País. O Grupo Imetame apresentou projeto, será responsável pela ZPE, deverá garantir a infraestrutura necessária para sua operação e, além disso, irá selecionar as indústrias a serem instaladas ali. A participação governamental está em consolidar um ambiente favorável para negócios, mantendo a autoridade e equilíbrio nas contas para atrair investidores, empreendedores, favorecendo novas oportunidades.
 
Quando ela entrará efetivamente em funcionamento?
 
De acordo com o Grupo Imetame, já há demanda para instalação de indústrias, uma delas voltada ao mercado de rochas ornamentais, que é um tradicional setor econômico capixaba. A área de instalação da ZPE recebe melhorias para receber as empresas e, muito em breve, os administradores da unidade apresentarão empresas investidoras.
 
A luta pela ZPE em Aracruz é antiga e teve participação sua nesse processo ao longo do tempo...
 
Estratégica para a economia capixaba e para o desenvolvimento regional, a pauta sobre implantação da ZPE é de competência do Governo Federal. Porém, como agente público, o Estado tem a missão de acompanhar o assunto e estar próximo das discussões. O principal papel da Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo é garantir que o ambiente econômico seja favorável a negócios, investimentos e apoiar o empreendedor da melhor forma para que tenha sucesso e também possa gerar emprego e renda aos capixabas. A atuação da nossa pasta está em sintonia com a criação da ZPE e abrange a prospecção de novos projetos, de investidores para que se estabeleçam no Estado. A atuação governamental é constante nesse processo, por diversas vezes com acompanhamento e encaminhamento do processo no Conselho da Zona de Processamento de Exportação.
 
Por que a escolha de Barra do Riacho, em Aracruz, para abrigar a ZPE?
 
Aracruz abriga um polo industrial que está em constante desenvolvimento e a área da ZPE fica próxima a grandes empresas como Suzano, Imetame, estaleiro Jurong e do Portocel, importante estrutura de comércio internacional. Além desse terminal portuário existente, está em construção Porto da Imetame e há ainda área da Vports (antiga Codesa) com potencial para novas estruturas. Ao lado de Aracruz tem Linhares, outro município com um conjunto significativo de indústrias, e com aeroporto regional. A região da ZPE conta ainda com acessos de eixos rodoviários estaduais e está próxima à BR-101 e à Ferrovia Vitória-Minas.
 
Oportunidade
 
O desenvolvimento de ZPEs segue um padrão baseado em parcerias com cadeias globais de valor, ampliando as exportações para mercados mundiais e trazendo níveis muito maiores de escalas de produção, ampliando a participação do Brasil na competitividade de produtos industrializados com maior tecnologia e inovação. A ZPE de Santos tem uma característica muito particular em relação a outras já desenvolvidas e em desenvolvimento no restante do País, pois deve trazer também soluções para gargalos de capacidade em áreas de armazenagem para o Porto de Santos e um conjunto de soluções de integração intermodal dos sistemas rodoviário e ferroviário de acesso ao Porto, que representam hoje gargalos preocupantes para o desenvolvimento do complexo portuário"
 
Luis Claudio Santana Montenegro, consultor portuário, engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes