Fonte: A Tribuna / Maxwell Rodrigues*

 

Começa um novo ano, com um governo novo e desafios antigos. Um aluno, diante de uma prova, perguntou ao professor: “Essas perguntas são as mesmas da prova do ano passado?” E o professor responde: “As perguntas são as mesmas, o que mudam são as respostas”. O próximo governo tem a oportunidade de fazer vários projetos e já começa o ano com dinheiro em caixa.

 

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, apontou em seu discurso de posse a necessidade do aumento de capacidade no Porto de Santos para a movimentação de contêineres. Trata-se de um gol de placa, porque movimentaremos cargas de maior valor agregado, que fomentam a indústria nacional e possibilitam a geração de empregos.

 

Ainda continuamos com a indefinição da ligação seca entre as margens do Porto e o momento atual aparenta ser bem favorável para a solução, tendo como governador do Estado Tarcísio Gomes de Freitas, que foi ministro da Infraestrutura, e como novo mandatário do setor portuário Márcio França, ex-governador do Estado e ex-prefeito de São Vicente. Ambos conhecem muito bem nossa região e a necessidade da ligação entre Santos e Guarujá, Atuando conjuntamente ambos podem definitivamente concluir o tão sonhado projeto.

 

Após fazer parte da agenda do último governo nos últimos quatro anos, a privatização da Santos Port Authority (SPA) não ocorrerá. Contudo, a questão da dragagem de manutenção e o aprofundamento do canal preocupam. Como é sabido por muitos, o modelo atual de contratação não funciona. Esperamos que França dê total atenção a essa questão e que não venhamos a ficar reféns novamente desse processo.

 

O novo ministro ainda reforça a possibilidade de uma gestão tripartite da Autoridade Portuária, com Federação, Estado e Município. Talvez, incluir a iniciativa privada em serviços como a dragagem seja mais um golaço do atual ministro.

 

Uma meta também apontada no discurso de posse, na última segunda-feira, foi a de colocar Santos entre os dez maiores portos do mundo em movimentação de contêiner. Com isso, fica evidente que os esforços da pasta comandada por França estarão centrados na concessão do STS10 e nos investimentos necessários em infraestrutura de acessos rodoviários em ambas as margens. Um caos já conhecido por muitos.

 

O novo terminal de passageiros não pode ficar fora da pauta e, com a gestão tripartite proposta, talvez essa agenda possa ser comandada pelo prefeito de Santos, Rogério Santos, juntamente com França. Rogério sempre foi favorável à revitalização do Centro Histórico de Santos e um novo terminal no Valongo dará a essa região da Cidade uma movimentação turística apropriada. Além, é claro, do conforto aos turistas que hoje convivem com trânsito, caminhões e malas em frente ao terminal, atravessando a Avenida Perimetral por falta de estrutura adequada.

 

Quanto à homenagem ao Rei Pelé, que prevê a colocação de seu nome associado ao Porto de Santos, confesso que não soube responder uma pergunta feita por muitas pessoas: o Rei, em vida, gostaria de ter seu nome associado ao Porto? A resposta eu deixo aos caros amigos e leitores.

 

Desejo muita sorte e sucesso nessa jornada ao ministro Márcio França. Que ele consiga resolver o que há tempos muitos tentaram e não conseguiram.

 

*Maxwell Rodrigues, executivo e apresentador do Porto 360°