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11/06/2021 - 08h47

Que outubro chegue logo


Fonte: A Tribuna On-line
 
É preciso que as autoridades trabalhem com maior seriedade na parte sanitária e com respeito ao luto dos brasileiros
 
 
A decisão do Governo do Estado de antecipar, em 15 dias, o calendário da vacinação dos maiores de 18 anos sem comorbidades merece ser comemorada pelos resultados que a medida deverá garantir. A expectativa é imunizar todo esse público até 18 de outubro e não no dia 31 desse mesmo mês, uma meta que já tinha sido adiantada. Não se deve esquecer que a mudança se dá em um momento ainda de alta incidência de casos e de mortes. A Baixada Santista registra na semana perto de 30 óbitos e quase 500 infecções por dia, o que é assustador. A imunização mais acelerada ajudará a combater o risco da frouxidão do cuidado individual, lembrando que a atual cobertura com duas doses na região continua bem tímida ainda que possa ser mais elevada do que em outros pontos do País. São 12,9% os moradores vacinados duplamente, portanto, bem abaixo da proteção esperada, por volta de 75%, segundo a pesquisa realizada em Serrana, no Interior. Este percentual foi o suficiente para reduzir as mortes em 95% e as internações em 86%.
 
A partir de agora, se não ocorrerem surpresas com falta de insumos, antecipando-se os prazos o ritmo de vacinação vai se acelerar e faixas etárias mais jovens rapidamente serão atendidas. Se for considerado que muita gente frequenta locais aglomerados e dispensa a máscara acreditando que, pela idade, está mais protegida, supõe-se uma possibilidade, mesmo que remota, de haver dispensa da vacinação, até talvez por influência de teorias fantasiosas e efeitos mentirosos atribuídos aos imunizantes. Por sorte, no Brasil, pesquisas indicaram uma disposição de se vacinar por volta de 80%, bem melhor do que o verificado na Rússia, ao redor de 50%, ou na França e Alemanha, rondando os 60%. De qualquer forma, o Governo do Estado precisa investir em uma campanha educativa que, por incrível que pareça, não é tão incisiva como essa doença merece pelos efeitos nefastos que tanto causa.
 
Todo cuidado é pouco, considerando que ainda há muita informação contrária em circulação e desvio de foco. Apesar de seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tanto reiterar o esforço, ainda que tardio, para obter imunizantes, o presidente investe em factoides para desviar a atenção da CPI da Covid, como o deplorável relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que questiona os dados de óbitos pela covid. Logo em seguida, o próprio TCU desacreditou o levantamento, que foi atribuído a um servidor amigo dos filhos de Jair Bolsonaro.
 
Fatos como esse não colaboram em nada para combater a doença e é preciso que as autoridades, principalmente as federais, trabalhem com mais seriedade na parte sanitária e com respeito ao luto dos brasileiros por seus parentes e amigos que tombaram. Aos prefeitos e governadores, estes precisam conter as aglomerações, fiscalizando-as de fato, pois têm potencial para resultar em ondas de alto potencial explosivo da doença, com resultados os mais piores possíveis.