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13/03/2020 - 08h07

Quatro em cada dez desempregados vivem de ‘bicos’


Fonte: O Estado de S. Paulo
 
Muitas vezes, trabalho informal pode virar a porta de saída do desemprego ou do subemprego e a volta à atividade remunerada, mas como empreendedor
 
 
Praticamente quatro em cada dez desempregados têm recorrido ao trabalho informal para se sustentar e quase 30% tem parte das despesas pagas pela família e amigos.
 
Serviços gerais (19%), revenda de produtos (14%) e venda de comida (13%) são as áreas que concentram os “bicos”, aponta pesquisa sobre o perfil dos desempregados da CNDL/SPC Brasil. A enquete ouviu em dezembro último 604 desempregados, com mais de 18 anos, de todas as classes sociais em 27 capitais.
 
Muitas vezes esse trabalho informal pode virar a porta de saída do desemprego ou do subemprego e a volta à atividade remunerada, mas agora como empreendedor. Em fevereiro deste ano, 140 mil pessoas se inscreveram nos cursos gratuitos a distância oferecidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Foi um recorde histórico para o mês, que normalmente tem procura fraca. Em relação a fevereiro de 2019, o aumento da demanda por cursos foi de 51%.
 
Em janeiro a demanda pelos cursos a distância, com aulas ministradas por meio de tutoriais, tinha avançado 23% na comparação anual, com a marca inédita de 163 mil inscritos. Os mais procurados foram gestão financeira, marketing digital, boas práticas nos serviços de alimentação, aprendendo a empreender e gestão de pessoas.
 
“A maior demanda por cursos pode ter sido provocada por pessoas tirando projetos da gaveta para tentar empreender, a fim de reverter o desemprego ou o subemprego”, diz Enio Pinto, gerente nacional do Sebrae de relacionamento com o cliente.
 
O executivo conta que o maior interesse das pessoas para empreender ficou nítido também em dois indicadores do Sebrae que atingiram marcas recordes em 2019 em 47 anos de funcionamento do serviço. No ano passado, 2,5 milhões de CPFs (Cadastro de Pessoas Físicas) procuraram a entidade para saber como abrir um negócio próprio e um milhão de pessoas se matricularam em cursos a distância. “Os candidatos a empreendedores estão procurando se profissionalizar porque o mercado está mais competitivo.”