Notícias
13/02/2020 - 08h00

Um terço dos brasileiros aponta desemprego como pior problema da economia


Fonte: Jota
 
Pesquisa do JOTA mostra que outro vilão da economia, a inflação, foi menos citado como principal entrave
 
O desemprego é o principal problema da economia brasileira hoje. Essa é a avaliação de 33,7% dos brasileiros, segundo a pesquisa de opinião nacional do JOTA/Ibpad realizada entre os dias 28 a 31 de janeiro.
 
 
Ao mesmo tempo, um antigo fantasma da economia, a inflação, ficou na última posição entre os entrevistados: apenas 3,7% escolheram o aumento dos preços como o pior problema econômico.
 
Outros problemas foram levantados: 12,7% elegeram os gastos públicos como o pior ponto da economia, 12,1%, a dívida das contas públicas, 11,5%, a desigualdade, 10,3%, os impostos, e 5,2%, a taxa de juros. Não responderam ou não souberam opinar 10,8%.
 
Desemprego
 
Para 47,3% dos entrevistados, a percepção é de que o desemprego aumentou (33,6% dizem que aumentou muito). Por sua vez, 31,8% avaliam que o desemprego diminuiu e 17,9% acreditam que se manteve igual — 2,9% não responderam ou não souberam responder.
 
 
Na prática, o país fechou 2019 com 11,9 milhões de desempregados, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram criadas 644 mil vagas de emprego formal no ano passado, 21,63% a mais que o registrado em 2018.
 
Impostos
 
Para 58,6% dos entrevistados, os impostos aumentaram em 2019 — 42% avaliaram que os tributos aumentaram muito. Já para 12,1% dos ouvidos a taxação diminuiu e 21,4% avaliam que se manteve — 7,8% não responderam ou não souberam responder.
 
 
Para mais da metade dos entrevistados, a percepção é de que a desigualdade aumentou (37% dizem que aumentou muito). Por sua vez, 10,2% avaliam que diminuiu e 30,7% acreditam que se manteve igual – enquanto 6,3% não responderam ou não souberam responder.
 
 
Em relação aos gastos públicos, 48,8% acham que as despesas aumentaram (31,3% dizem que aumentou muito). Pouco mais de 25% dizem que diminuiu — 18,4% acreditam que os gastos do governo se mantiveram e 7,7% não responderam ou não souberam responder.
 
 
Perguntados sobre a dívida das contas públicas, 46,9% acreditam que ela aumentou e 17,6%, que diminuiu. Para 20% dos entrevistados, o endividamento se manteve e 15,5% não responderam ou não souberam responder.
 
 
Por fim, ao informarem sua percepção sobre a taxa de juros, 49,5% dos entrevistados apontaram que ela cresceu (34,4% que aumentou muito). Segundo 20,9% dos ouvidos, a taxa de juros diminuiu e 20,1% avaliaram que ela ficou igual — 9,6% não responderam ou não souberam responder.
 
 
Opinião nacional
 
A pesquisa do JOTA já mostrou que Bolsonaro iniciou o segundo ano de mandato com taxa de aprovação estabilizada, com ligeiro viés de alta, com 34% de avaliações bom/ótimo.
 
O mesmo levantamento indicou uma percepção geral de melhora na economia, mas 59% dos eleitores acreditam que a economia “ainda vai demorar muito para se recuperar”, o que leva a uma menor pressão de recuperação imediata sobre Bolsonaro, conforme observou o analista-chefe do JOTA em São Paulo, Fábio Zambeli. E, sem pressão, o presidente tende a ceder ao populismo digital e a deixar pauta reformista em segundo plano.
 
Nesta segunda-feira (10/02), a pesquisa revelou que 44,1% dos brasileiros apontaram que o ministro da Justiça e ex-juiz federal Sergio Moro deveria se afastar da política.
 
Nos próximos dias, o JOTA divulgará mais recortes da pesquisa de opinião nacional. Há informações relevantes sobre a percepção da população sobre os potenciais de votos em políticos como Luiz Inácio Lula da Silva, Sergio Moro e Fernando Haddad, e Ciro Gomes.
 
Levantamento
 
A pesquisa foi feita com 1.022 pessoas, por telefone, entre os dias 28 e 31 de janeiro e conta com respondentes em 387 municípios, em 25 Estados e no Distrito Federal. O sexo de 17 respondentes foi atribuído por meio de sorteio porque os aplicadores não conseguiram identificar essa informação durante a entrevista. A precisão desta pesquisa é medida usando um intervalo de credibilidade. Neste caso, o intervalo calculado é de mais ou menos 3,1%.
 
A seleção da amostra foi aleatória e após a coleta o time de dados do JOTA Labs aplicou um modelo de regressão multinível para conjugar os dados da pesquisa aos dados do Censo antes de aplicar pós-estratificação usando variáveis como gênero, idade, escolaridade, renda, região do país e declaração de religião. Essa modelagem estatística é importante para garantir o balanceamento da amostra e segue técnicas propostas por professores como Andrew Gelman.