Fonte: Folhapress
Representantes dos estados e do Distrito Federal afirmam que o fim do Ministério do Trabalho seria um erro histórico diante do cenário de desemprego
Ao todo, 12,5 milhões de pessoas estavam desocupadas no período. O Ministério do Trabalho divulgou nesta quinta-feira uma nota do Fonset (Fórum Nacional de Secretarias do Trabalho) criticando a proposta da equipe de transição do presidente Jair Bolsonar (PSL) de governo de
extinguir o Ministério do Trabalho.
Em comunicado, o Fonset afirma que os titulares das pastas do Trabalho nos estados e no Distrito Federal receberam a informação “incrédulos", por causa do cenário de desemprego do país.
Segundo a entidade, o Ministério do Trabalho cumpre papel estratégico para o equilíbrio das desigualdades sociais no Brasil. “Após 88 anos, esse seria um erro histórico”, diz a nota do Fórum.
Ao citar que o Ministério do Trabalho protege as relações trabalhistas e as políticas de emprego e renda, seguro-desemprego, carteira de trabalho e Sine, os secretários questionam a posição de Bolsonaro, que “se declara um nacionalista, um patriota”.
O Fonset salienta que “as políticas públicas de emprego e renda têm resultado no aumento da produtividade e na geração de postos de trabalho, mesmo num ambiente de grandes dificuldades de nossa economia”. Por isso, em um país com quase 13 milhões de desempregados, diz que causa “comoção e extrema preocupação” aos secretários “a possibilidade da extinção ou mesmo da redução” do Ministério do Trabalho.
Na tarde de quinta-feira, cerca de 600 servidores do Ministério do Trabalho realizaram uma manifestação em defesa da permanência da pasta. Os servidores abraçaram o prédio na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
EXTINÇÃO
A Folha mostrou nesta terça (6) que a equipe de transição estuda extinguir a pasta.
Há
alternativas em avaliação para que a condução dos temas ligados à área do emprego e renda ocorra de forma mais eficiente do que concentrada numa única pasta. Uma delas é associar a área a algum órgão ligado à Presidência da República.
Entre as alternativas em discussão está fatiar as diferentes áreas, transferindo, por exemplo, a gestão da concessão de benefícios para órgãos ligados ao campo social e a gestão da política de trabalho e renda para o novo Ministério da Economia ou para um órgão dedicado às questões de produtividade, um dos temas considerados prioritários na equipe do futuro ministro Paulo Guedes.