Fonte: G1 Santos
Após 8 meses de buscas na baía de Santos, no litoral paulista, autoridade ambiental quantificou penalidade levando em conta as 29 caixas metálicas ainda não encontradas.
A armadora Log-In foi multada em R$ 49.950.000, na última sexta-feira (13), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por derrubar no mar 46 contêineres de um navio de sua frota na costa de São Paulo. Ao menos 29 caixas metálicas estão desaparecidas.
A finalização dos trabalhos ocorreu depois da recuperação de 18 caixas metálicas - uma delas ficou avariada a bordo do navio, mas derrubou produtos no mar. As demais, até então, não tinham sido localizadas pelas equipes, que utilizaram recursos de outros países para encontrar os contêineres, danificados a partir do impacto com a água.
Os autos de infração foram executados pela agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, responsável na região pelo grupo de emergências do órgão. Ao longo dos meses, ela acompanhou o trabalho da empresa para conter os danos. Parte da carga que não foi saqueada apareceu em praias de dez cidades do estado.
Na avaliação do Ibama, os impactos ambientais e os problemas ocasionados diretamente pelo acidente resultaram em um auto de infração único mensurado em R$ 35.055.000. Para cada um dos contêineres localizados e recuperados, a autoridade ambiental calculou multa de R$ 30 mil, totalizando R$ 540 mil.
O órgão ainda aplicou um auto de infração de R$ 495 mil para cada um dos 29 contêineres que ficaram perdidos no mar e não tinham sido localizados até a finalização dos trabalhos de busca. Ao todo, portanto, as caixas que desapareceram resultaram em uma multa para a armadora do navio de R$ 14.355.000.
Por meio de nota, a armadora informa que o auto de infração é avaliado pelos assessores técnicos. "A companhia entende que atuou de forma bastante próxima com as autoridades ambiental, marítima e portuária, tendo cumprido as medidas e os planos de ações que foram definidos ao longo do atendimento".
A Log-In também pontua que "investiu pesadamente na contratação das mais modernas e avançadas tecnologias internacionais de resgate" e que executou a limpeza de locais de destroços localizados. A empresa afirma que nenhuma das cargas era de produto perigoso, conforme parâmetro da Organização Marítima Internacional (IMO).
A armadora fala, ainda, que as correntezas marítimas e as condições geográficas da região do acidente ocasionaram a dispersão das caixas metálicas que sumiram no oceano. "Na hipótese de novos contêineres virem a ser localizados no futuro, a retirada deles será avaliada em conjunto com as autoridades", garante.
O acidente
A queda ocorreu na madrugada de 11 de agosto, quando o navio estava no Fundeadouro 3 do Porto de Santos. A embarcação aguardava para realizar nova manobra para atracar em um terminal no complexo, de onde havia saído no mesmo dia após operar o embarque de caixas metálicas em outras instalação do cais santista.
Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao complexo portuário, foi monitorado por equipamentos que identificam objetos submersos. Por quase 24 horas, a via navegável teve que ser bloqueada. A Marinha do Brasil emitiu um alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar.
Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a Barra de Santos e a região costeira das cidades.