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13/03/2018 - 07h16

“Os futuros trabalhadores precisam estar preparados para interagir com robôs”, diz Naércio Menezes Filho


Fonte: Época Negócios
 
Coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper defendeu durante painel sobre indústria 4.0 que a educação do futuro deverá ser focada em relacionamento e criatividade
 
As habilidades socioemocionais serão muito importantes para o mercado de trabalho no futuro. É o que acredita Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper. Ele participou de um painel sobre indústria 4.0 na última quinta-feira (8), em São Paulo. O evento foi organizado pela Secretária Geral da Presidência da República.
 
“Os futuros trabalhadores precisam estar preparados para interagir com robôs, que poderão até mesmo ser os chefes”, afirma Naércio. Qual a vantagem competitiva dos humanos? Pode ser a empatia, criatividade e capacidade de abrir novos negócios. O desafio é ensinar isso para os novos alunos”.
 
Segundo o acadêmico, a transformação no mercado de trabalho – que será causada por tecnologias como inteligência artificial – poderá ter um impacto maior do que outras revoluções que já vivenciamos. “A diferença dessa nova revolução é que ela pode substituir os trabalhadores mais qualificados. Como mudar os padrões da educação tendo em vista esse futuro?”, diz.
 
Para Cláudia Costin, ex-secretária municipal de educação do Rio de Janeiro e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV-Rio, a transformação na educação deve acontecer rapidamente. “A escola vai ter que ensinar a pensar e a ter protagonismo. Precisamos formar jovens com a noção de que eles serão empreendedores de sua vida no futuro, diz Cláudia. “Isso vai ser importante, pois eles precisarão se recapacitar muitas vezes. Serão aprendizes por toda a vida”, afirma. 
 
Neste cenário, a especialista sugere que os estudantes deverão ser educados com foco em despertar “curiosidade” e “imaginação”, e estimular o “trabalho em equipe”.
 
Sobre o futuro da educação profissional, Cláudia acredita em um sistema dinâmico de certificação de habilidades. “Vamos ter que pensar em um ecossistema de educação em que você tem certificações. Você adquire uma competência, seja na empresa ou em uma escola, que te habilita para determinada atividade. Quando as máquinas aprenderem aquilo, o que você faz? Parte para outra atividade. Acho que estamos caminhando para isso”.