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Bolsonaro diz cogitar decreto para "toda e qualquer profissão voltar ao trabalho"

Fonte: O Globo
 
"Toda e qualquer profissão se for necessária para o sustento dos seus filhos, levar o leite dos seus filhos, arroz e feijão para sua casa, vai poder trabalhar", disse
 
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo que avalia a possibilidade de ampliar o número de profissões que poderão atuar normalmente durante a quarentena. Ele disse a jornalistas que esse foi um "insight" que teve durante a própria entrevista, concedida na entrada do Palácio da Alvorada.
 
— Eu estou com vontade, tenho como fazer, estou com vontade: baixar um decreto amanhã. Toda e qualquer profissão, legalmente, existente ou aquela que é voltada para a informalidade, se for necessária para o sustento dos seus filhos, levar o leite dos seus filhos, arroz e feijão para sua casa, vai poder trabalhar — disse Bolsonaro. — Me deu um insight, me deu uma ideia aqui agora e falei que estou pensando em fazer um decreto desses, para ver se cabe. Acho que ajuda um decreto desses. O cara vai cortar grama. Se não cortar grama, não tem dinheiro para comprar o leite, arroz e feijão para as crianças, ele vai cortar grama.
 
Bolsonaro também afirmou que irá recorrer na Justiça de decisão de primeira instância que barrou o funcionamento de casas lotéricas. "Vai começar uma guerra de liminares", afirmou.
 
O presidente disse que visitou o Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, para ver "o fluxo de pessoas" no local.
 
—  Passei por lá também para ver como estava o fluxo de pessoas por ventura chegando — disse em entrevista coletiva na entrada do Palácio da Alvorada, após ser questionado sobre o assunto.
 
No começo da manhã, o comboio presidencial deixou o Palácio da Alvorada atravessando o Palácio do Jaburu, vizinho e longe do raio de visão da impresa. Além de visitar o HFA, ele passeou por outras cidades satélite do Distrito Federal.
 
Bolsonaro não quis responder se havia feito um terceiro exame para testar se estava ou não infectado com o coronavírus. "Que pergunta! Outra pergunta aí", limitou-se a dizer.
 
Na entrevista coletiva, o presidente ainda afirmou que o vídeo da  campanha 'O Brasil não pode parar' foi um vazamento e não representa um posicionamento oficial do governo.
 
— Alguma televisão mostrou o vídeo? Aquele vídeo vazou. Não tem o que discutir, como vaza tudo neste país.
 
Nesta semana, vídeo distribuído por parlamentares e outros apoiadores do governo com o slogan 'O Brasil não pode parar' defendia a retomada de atividades para que “todos vivam com saúde e dignidade”. O material chegou a ser compartilhado em redes sociais pelo senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.
 
Nos últimos dias, a Secretária Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) afirmou que o vídeo foi feito em "caráter experimental" e não havia sido aprovado para divulgação.
 
Ontem, a Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou em caráter provisório que o vídeo não poderá ser exibido em canais oficiais do governo federal.
 
O presidente também afirmou neste domingo que a quarentena adotada contra o coronavírus já causa, de maneira indireta, violência doméstica.
 
— Tem mulher apanhando em casa. Por quê? Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão — disse.
 
Entre as pessoas que relataram o aumento da violência para Bolsonaro, está a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, segundo ele.
 
Por fim, o presidente voltou a defender o uso da hidroxicloroquina no combate à pandemia. Ele relatou que recebeu estudo de uma entidade francesa, por meio de um "renomado hospital do Brasil", que mostra que a hidroxicloroquina curou 78 pessoas de um grupo de 80 pacientes analisados.
 

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