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Medo do desemprego sobe e volta ao maior patamar desde 1996, diz CNI

Fonte: Valor Econômico
 
O indicador de medo do desemprego da Confederação Nacional da Indústria (CNI) cresceu 4,2 pontos no segundo trimestre deste ano e retornou aos 67,9 pontos -- o maior valor da série histórica iniciada em 1996. 
 
O resultado apurado em junho empata com os valores registrados em maio de 1999 e em junho de 2016. Em junho de 2017, o indicador do medo de perder o emprego estava em 66,1 pontos.
 
Segundo a pesquisa da CNI, o receio de perder a vaga cresceu mais entre os homens. O índice para eles subiu 5,6 pontos, ante alta de 2,8 pontos entre as mulheres.
 
O índice de satisfação com a vida também piorou no período, ao sair de 67,5 pontos para 64,8 pontos. No mesmo mês de 2017, ele estava em 65,9 pontos.
 
Retomada da economia & greve dos caminhoneiros
 
A frustração com a retomada da economia e o aumento das incertezas em relação à corrida eleitoral, ambos agravados pela greve dos caminhoneiros, aumentaram o medo dos brasileiros de perder o emprego, apurou a pesquisa da CNI.
 
Para o gerente-executivo de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, a população não está confiante na recuperação econômica e não enxerga uma reação no mercado de trabalho. "As pessoas não visualizam isso no seu bairro, nem nas empresas em que trabalham e começam a tomar decisões que acabam por refletir em recuperação ainda mais lenta, como consumir menos."
 
A expectativa para o mês passado, segundo Fonseca, era de um medo do desemprego igual ou menor ao registrado em março (63,8), na edição anterior da pesquisa. A greve dos caminhoneiros, no entanto, trouxe de volta ao debate a possibilidade de não haver uma recuperação no ritmo esperado.
 
"A única coisa que vai reverter essa percepção é a melhora na economia. A greve, o cenário político e as crises no entorno pioram o ceticismo, mas o que leva o indicador a esse pico é o desapontamento", afirma.
 
O economista estima que o temor do desemprego pode cair nas próximas aferições, mas ressalta que o sentimento da população estará atrelado às eleições. "A gente conhece o resultado de uma disputa muito polarizada na economia. Em um 'fluxo normal', sem efeitos políticos, o medo de perder o emprego cairia, mas vai depender do quadro eleitoral", diz.
 
Regiões
 
O medo do desemprego cresceu na maior parte do país e é mais grave no Nordeste, onde passou de 69,3 para 74,1 pontos. O indicador só recuou no Norte/Centro-Oeste, regiões tratadas na pesquisa com um único dado, que passou de 61,4 pontos para 58,6.
 
Faixa etária
 
O temor é maior entre os mais jovens (entre 16 e 24 anos). Nessa faixa etária, o IMD subiu de 63,4 para 70,8 pontos entre março e junho. Também avançou entre os mais velhos (55 anos ou mais) -- de 58,9 para 67,9 pontos. A única faixa em que o IMD recuou no trimestre foi entre 25 e 34 anos, ao passar de 67,6 para 66,8 pontos.
 
O indicador também é maior -- e subiu mais em junho -- entre aqueles que ganham até 1 salário mínimo (R$ 954). Nessa faixa de renda, o indicador avançou de 70 para 77,4 pontos.
 

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