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Média salarial cai 11,3% na Baixada Santista, aponta Caged

Fonte: A Tribuna On-line
 
Novos trabalhadores admitidos têm remuneração menor do que os que foram desligados
 
A crise econômica no País, que já se estende por três anos, tem provocado um efeito indigesto para o nível salarial dos trabalhadores da Baixada Santista. Conforme dados regionais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao primeiro semestre deste ano, a média salarial dos admitidos é 11,3% menor do que a dos desligados. 
 
Enquanto os novos empregados, dos mesmos setores, recebem remuneração mensal de R$ 1.529,15, os dispensados ganhavam R$ 1.724,61. 
 
Alguns dos grandes setores ocupacionais classificados pelo Ministério do Trabalho tiveram uma queda no nível da remuneração que ultrapassa a casa dos 20%, como aqueles que atuam na produção de bens e serviços industriais (instalações siderúrgicas, fabricação de alimentos e bebidas e operações de produção, captação, tratamento e distribuição de água e energia). A diferença salarial entre os demitidos e contratados foi de 24,41% (de R$ 2.165,79, a média passou para R$ 1,637,13). 
 
A diminuição de 24,11% foi verificada na categoria de profissionais de ciências e artes, que inclui professores universitários, engenheiros, artistas, comunicadores, operadores do Direito e funcionários da saúde. A remuneração média dos empregados do setor era de R$ 3.445,89, enquanto a dos novos contratados é de R$ 2.613,99.
 
A única área onde ocorreu o aumento do valor da remuneração mensal pelos novatos em comparação aos desligados foi na que engloba trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca (R$ 1.620,65 contra R$ 1.585,41).

 
Mulheres
 
Uma questão que chama a atenção ao analisar os dados do Caged referentes à Baixada Santista é a diferença salarial entre homens e mulheres. As trabalhadoras contratadas possuem uma remuneração 13,7% inferior aos novos empregados do sexo masculino (R$ 1.401,53 contra R$ 1.624,16). 
 
Um fator que pesa para essa desigualdade é o pequeno número de mulheres que foi contratada neste primeiro semestre para cargos gerenciais em empresas e em órgãos públicos.
 
Enquanto os homens que atuam nesse setor foram empregados com remuneração média de R$ 3.937,58, as mulheres começaram nesse serviço ganhando R$ 2.338,91.
 
Opiniões
 
Para o consultor econômico e professor da Universidade Santa Cecília (Unisanta) Hélio Hallite, os números do Caged comprovam que as empresas, de uma forma geral, estão aproveitando esse momento para dispensar funcionários a fim de empregar outras pessoas por um salário inferior. 
 
“Todo mundo tem um faturamento e uma organização tributária e contábil. E estão colocando na conta dos trabalhadores já empregados essa questão, por ser mais fácil reduzir custos dessa maneira”, disse.
 
Já o economista Adalto Corrêa de Souza Junior tem uma visão diferente e crê que essa troca apontada não ocorreu de forma proposital. Na visão dele, muitos empregadores tiveram de fazer ajustes, o que atingiu os funcionários com salários mais elevados.
 
"Como há muita gente desempregada, as pessoas qualificadas estão dispostas a trabalhar por uma renda menor. As pequenas empresas não estão conseguindo dar conta da folha de pagamento. Às vezes, fica a impressão de que o empresário está tirando proveito da situação, mas vejo que muitos estão lutando para sobreviver”, destacou ele, que é vice-reitor do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte).
 

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