Artigos e Entrevistas

Empresas discutem práticas contra discriminação

Fonte: Valor Econômico / Reinaldo Garcia (*)

A diversidade tem sido um tema em pauta sobretudo nas grandes empresas nos últimos anos. Muitas desenvolveram programas específicos de inclusão, caso da GE, que na última quarta-feira (24) realizou o primeiro encontro regional no Brasil de seu Grupo GLBTA – sigla em inglês para gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e aliados.
 
Do evento, que aconteceu em São Paulo, participaram também profissionais de outras companhias – IBM, Dow, Carrefour e Masisa, que apresentaram iniciativas e cases relacionados ao tema.
 
Ao longo dos últimos 14 anos, a GE empreendeu ações para a integração do público LGBTA, caso da orientação sexual adotada em 2000 como política contra a discriminação, da concessão de benefícios para união estável do mesmo sexo em 2003 e do lançamento do Grupo GLBTA em 2005 – o GLBTA Brasil surgiu em 2013 –, cujo objetivo é fomentar ações inclusivas no ambiente de trabalho.
 
Globalmente, a empresa já tem mais de 3.700 membros e aliados em um total de oito grupos. No Brasil são 79 membros, contando um crescimento de 40% do número de participantes em 2014. A meta é chegar a 100 ainda neste ano.
 
Para Alessandra Zaccheu, uma das líderes de recursos humanos da GE na América Latina, o Brasil ainda está em um patamar abaixo de países como os Estados Unidos em termos de atitudes em prol da diversidade nas companhias. “Embora já tenhamos evoluído bastante como sociedade, há muito o que caminhar ainda”, diz. “Quando converso com colegas de empresas americanas, percebo que todas elas praticamente têm políticas voltadas à inclusão. Começou mais forte lá e veio para outros países através das multinacionais. E os grandes centros recebem isso mais facilmente. Em cidades do interior você percebe diferenças.”
 
Alessandra destaca um aspecto importante para sedimentar e disseminar comportamentos inclusivos nas corporações: a adesão dos líderes em todos os níveis à causa. Segundo ela, é necessário haver a preocupação com o espraiamento das práticas para evitar a segregação.
 
“Essa crença da empresa é verbalizada por meio de treinamentos. O gestor é um grande foco nosso, porque é através dele que se permeia toda a organização. Mas não é só ele. Queremos que todos os funcionários estejam atentos a qualquer possível discriminação, que sejam guardiões”, afirma. “O treinamento de “compliance” ensina que, se você viu alguma coisa que vá contra os valores e as crenças de nossa empresa, o nosso código de conduta, tem que ou abordar a pessoa e conversar com ela ou reportar isso para o RH ou o gestor, mesmo que anonimamente. Não aceitamos tipo algum de discriminação.”



(*) Reinaldo Garcia, presidente e CEO da GE para a América Latina, foi um dos que encabeçaram o encontro da semana passada.
 

Imprimir Indicar Comentar

Comentários (0)

Compartilhe