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Gate modelo?

Fonte: Sindaport / Edilson de Paula Machado (*)

 
Na época em que o Gate 07 do Porto de Santos estava sendo construído, foi anunciado pela Codesp, através dos gestores da Guarda Portuária e da empresa responsável pela construção, que este seria o gate modelo. Contudo depois de pronto o tal gate se tornou um verdadeiro “elefante branco” já que não é nem um pouco operacional.
 
O trambolho possui dois andares e o acesso ao andar superior se dá através de uma escada caracol, na qual o guarda portuário que estiver um pouco acima do peso certamente terá sérias dificuldades em transitar por ela. Do lado externo não existe cobertura sobre as cancelas de acesso, o que dificulta consideravelmente a fiscalização nos dias de chuva. Além disso, entre outros problemas, não existe acesso ao gate pelos veículos que vem da pista sentido Ponta da Praia.
 
Como se já não bastasse, em junho de 2013 ocorreu um assalto ao caixa eletrônico do  Banco do Brasil, localizado dentro do prédio da Dirop. Vale lembrar que ao empreenderem fuga os marginais efetuaram vários disparos contra os guardas portuários que estavam de serviço no Gate em questão, que se encontra ao lado da Dirop. Os tiros danificaram alguns vidros do Gate, que posteriormente foram fechados de forma provisória com tapumes de madeira.
 
Ocorre que na Codesp tudo que é feito ou tratado provisoriamente aos poucos vai se tornando efetivo. Prova maior é que, passados quinze meses do acontecimento, os tapumes de madeira continuam no mesmo lugar.
 
A situação de precariedade se agravou no dia 31 de agosto, um domingo, quando os fortes ventos que assolaram a região acabaram derrubando a janela do Gate sobre o guarda portuário de serviço no local. Por sorte o profissional não sofreu ferimentos graves.
 
O Gate que foi construído para ser modelo é no momento modelo de abandono, de descaso e de má gestão por parte da Codesp. O que não dá para entender é a dificuldade que existe para se efetuar a troca de janelas ou simplesmente fazer a manutenção periódica de uma importante dependência da empresa.
 
Enquanto isso, nos últimos anos foram autorizados inúmeros contratos considerados, no mínimo, suspeitos, tais como a renovação do seguro da lancha utilizada pela Guarda Portuária, que se encontrava inoperante há mais de um ano por falta de motor, ou mesmo o contrato de locação de viaturas para prestação de serviços da GPORT, que cobra dos profissionais os custos decorrentes de avarias causadas durante os serviços. Em tempo, o contrato prevê o seguro contra terceiros.
 
Além desses, e de tantos outros, destacamos também os firmados com as empresas fornecedoras de fardamentos e correlatos, cujos modelos adquiridos se apresentam invariavelmente vencidos. Por essas e outras, vale a pergunta: por onde anda o criador do GATE, que atende pelo nome de senhor Pouzada, um dos poucos gafanhotos que se mancou e voou sem deixar saudade?

 


 

(*) Edilson de Paula Machado, 1º secretário do Sindaport       
 

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Comentários (1)

Alvaro Luiz Dias de Oliveira
Data: 10/09/2014 - 18h41
Edilson, concordo plenamente contigo....além dessa "herança", muitas outras "porcarias" têm sido deixadas pra nós, funcionários de carreira da CODESP, como se tivessem sido por nós criadas.....por outro lado, quando resulta em "algo" que todos reconhecem como valioso, mesmo que eles não tiveram participação no projeto, ou até atrapalharam no decurso da implantação, esses alienígenas logo se arvoram dos louros para si próprios....e, pelo "andar" da carruagem, daqui pra frente só devem acontecer coisas boas se oriundas de outras instituições, por exemplo, do Banco do Brasil....

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