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Portos terão de suportar 73 milhões de toneladas de grãos

Fonte: Folha de S. Paulo / Mauro Zalafon (*)



Nos próximos três meses, sairão 25 milhões de toneladas de soja pelos portos brasileiros. Nos três meses seguintes, serão outros 15 milhões de toneladas.
 
Ao todo, o país deverá exportar 45 milhões de toneladas de soja neste ano, segundo estimativas da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
 
Somado esse volume aos 28 milhões de toneladas de milho previstos pela Céleres, os portos brasileiros vão ter de suportar uma saída de 73 milhões de toneladas neste ano, só com soja e milho.
 
No ano passado, foram 69 milhões, acima dos 52 milhões de toneladas de 2012. Mais uma vez os portos estarão operando próximo do limite e, apesar de medidas extras prometidas para este ano, as filas devem continuar.
 
Luiz Fayet, especialista em logística e assessor da CNA, diz que a seca poderá diminuir um pouco a pressão de escoamento, pois pode reduzir os volumes produzidos.
 
É importante ficar atento, no entanto, para a pressão que o excedente de produção do Centro-Oeste e novas fronteiras vêm colocando sobre os portos do Sul e Sudeste.
 
Em 2009, o excedente de soja e de milho produzido acima do paralelo 16 (acima das cidades de Ilhéus, Brasília e Cuiabá) foi de 38 milhões de toneladas. No ano passado, chegou a 61 milhões, um volume que não deverá ser muito diferente do deste ano.
 
A Câmara Temática de Infraestrutura e Logística, que assessora o ministro da Agricultura, estima uma capacidade de exportação de 83,5 milhões de toneladas para esses produtos neste ano, acima dos 76,2 milhões de 2013.
 
Um bom sinal é que os portos do Norte e Nordeste já apresentam uma maior capacidade nominal. Além da expansão no porto de Paranaguá, as estimativas da Câmara são de que os sistemas Belém e Itaqui passam a ter capacidade nominal de 6,7 milhões de toneladas, ante os 3,3 milhões no ano passado.
 
Mas o consultor da CNA diz que é preciso agilizar a saída pelos portos do Norte e Nordeste. Ela reduz o custo de exportação de um valor médio de US$ 85 por tonelada para US$ 40 por tonelada.




(*) Mauro Zalafon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma mais de 38 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária
 

 


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