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"O Porto de Santos é um organismo dinâmico em constante crescimento"

Fonte: Jornal da Orla



Otimista em relação ao futuro do Porto de Santos, o presidente da Codesp, Renato Barco, acredita que as diversas obras no sistema viário vão dar ainda mais impulso às operações. “O grande desafio é dar continuidade ao trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos, garantindo a qualidade e a oferta de infraestrutura a terminais e a toda cadeia logística”, afirma. “O porto é, de fato e desde há muito, o grande propulsor do crescimento de nossa região”, completa. No entanto, o comandante da Codesp prefere não se pronunciar em relação a temas polêmicos como a Medida Provisória 595, que muda o marco regulatório dos portos brasileiros, e as investigações da Operação Porto Seguro.
 
Neste momento em que o Porto celebra mais um aniversário, quais desafios o senhor considera superados?
 
Renato Barco - O grande desafio tem sido o cumprimento dos compromissos, principalmente aqueles assumidos para garantir a eficiência da infraestrutura do Porto de Santos, oferecendo condições de incremento às operações dos terminais. Além da modernização do sistema viário interno portuário com a implantação das avenidas perimetrais em Santos e no Guarujá, incluindo a construção de viadutos em pontos de conflito rodoferroviário, o aprofundamento do canal de navegação e a construção e reforço de cais, compatibilizando com as novas profundidades, a administração do porto trabalha no planejamento, zoneamento e desenvolvimento do porto, na questão tarifária e na implementação de processos de gestão visando à continuidade da reestruturação administrativa da companhia. Vale destacar também todo esforço para a manutenção de saldo positivo nos últimos anos no resultado financeiro da Codesp. 
 
E quais ainda precisam ser vencidos? 
 
Barco - Basicamente a demanda por futuros esforços da administração se mantém. O Porto de Santos é um organismo dinâmico em constante crescimento que, aliás, reage sempre acima de nossas próprias expectativas, tanto em fases de crises como quando requisitado de forma mais intensa. Basta analisar estatísticas de movimentação, crescimento como principal equipamento de escoamento do comércio exterior no país e importância econômica para a nossa região. O grande desafio é dar continuidade ao trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos, garantindo a qualidade e a oferta de infraestrutura a terminais e a toda cadeia logística que depende de uma gestão que possa garantir uma base eficiente para a atividade portuária em nosso complexo.
 
Quais obras de infraestrutura ainda precisam ser feitas para que o Porto de Santos possa ser mais eficiente?
 
Barco - Temos já em fases de projeto, licenciamento e licitação, diversos empreendimentos previstos para este ano. Podemos destacar a construção de um novo píer para o Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa que agregará mais dois berços de atracação, as obras de reforço estrutural do cais de Paquetá a Outeirinhos que, somados às obras de realinhamento do chamado PAC Copa, garantirão quase 5 quilômetros de cais compatíveis com as novas profundidades. Outra iniciativa de extrema importância é a elaboração do projeto da passagem subterrânea do Valongo — o chamado Mergulhão — que, juntamente à construção de novos viadutos e vias de tráfego na área de Alemoa-Saboó e também na região da Ponta da Praia, integram o projeto de modernização do sistema viário do Porto de Santos.
 
A relação do Porto com as cidades que o abrigam já foi muito pior. Na sua avaliação, o que precisa melhorar? O que a Codesp pode fazer e o que ela espera que os municípios façam?
 
Barco - Há, na verdade, um forte estigma não justificável quanto a essa relação. O Porto é, de fato e desde há muito, o grande propulsor do crescimento de nossa região. A atividade portuária é a grande geradora de recursos tanto para a receita do municípios como para a economia, garantindo significativos postos de trabalho e massa salarial que influenciam positivamente e de forma direta e indireta o incremento de diversas outras atividades. O Porto de Santos está intrinsecamente ligado à história de Santos, com significativa participação em aspectos importantes como a questão do saneamento da região, o apoio estratégico que a Usina de Itatinga prestou à cidade, repassando o excedente para a rede pública, tendo, inclusive, fornecido energia para a Santa Casa de Santos e para a construção da Henry Borden. Foi notória a disponibilização de nossas oficinas e serviços em apoio às necessidades de diversas instituições e entidades. Atualmente, podemos destacar que a maior obra viária executada na cidade nas últimas décadas é a avenida Perimetral da Margem Direita, que atua também como principal corredor de tráfego urbano, servindo de conexão de diversas regiões ao centro da cidade, assim como a Perimetral do Guarujá trará relevante melhoria no tráfego urbano na região portuária daquele município. Enfim, poderíamos fazer um capítulo à parte sobre a relevante contribuição que o porto exerce sobre nossa região. 
 
Especialistas, empresários, trabalhadores e políticos locais estão criticando a MP 595, pois consideram que ela representa um retrocesso. Uma das principais reclamações é que ela enfraqueceria as autoridades portuárias e os CAPs. Qual a sua avaliação sobre este assunto?

Barco - Quanto a este assunto, o ministro dos Portos é quem fala pelas companhias docas.
 
A Operação Porto Seguro causou grande alvoroço e ainda promete ter mais repercussões. Quais os impactos que ela teve para o Porto até agora e o que vai mudar daqui por diante?
 
Barco - Esta é uma questão ainda sob investigação pela  Polícia Federal, não me cabe comentários nessa etapa.

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