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Fonte: Valor Econômico

 

Pesquisa mostra que, em 32% dos domicílios, nenhum morador teve renda do trabalho em maio 

 

Moradores de 3,5 milhões de domicílios do país viveram apenas com a renda do auxílio emergencial de R$ 600 pagos pelo governo em maio, mostra levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em microdados do Pnad-Covid, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 5,2% do total dos domicílios do país (67 milhões).

 

O auxílio emergencial foi fundamental para a manutenção da renda dessas famílias, principalmente os de baixa renda. Segundo a pesquisa, elas habitualmente recebem, somadas, R$ 193 bilhões em salários. Em maio, porém, eles receberam efetivamente R$ 158 bilhões. Parte dessa perda, porém, foi compensada pelo auxílio.

 

“O total dos rendimentos provenientes do auxílio emergencial em maio alcançou R$ 23 bilhões o que representa 67% da diferença entre a massa salarial habitual e a efetiva recebida”, detalha o estudo. “Para as famílias de renda muito baixa, a massa de rendimentos do auxílio emergencial foi virtualmente idêntica à diferença da perda salarial.”

 

A pesquisa mostrou ainda que em 32% dos domicílios brasileiros nenhum morador tinha renda do trabalho em maio. Dados de outra pesquisa do IBGE mostravam que, no primeiro trimestre deste ano, essa proporção era de 23,5% do total de lares, revelando uma forte piora do indicador durante o período da pandemia.