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Diretoria da Codesp mostra verdadeira face

Fonte: Sindaport / A Diretoria



"Empresa que não demitir durante a crise terá dinheiro na veia". Proferida como mote do Governo Bolsonaro para evitar que a pandemia do coronavírus Covid-19 resulte em um aumento expressivo do desemprego, a célebre frase dita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na manhã do último dia 1º de abril trouxe esperança para milhões de brasileiros, mas parece não ter chegado aos ouvidos dos mandatários da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), agora caprichosamente chamada Autoridade Portuária de Santos (APS).
 
Isto porque, contrariando a manifestação do superministro Guedes, bem como a orientação do presidente Jair Bolsonaro, a nova diretoria da estatal portuária que administra o Porto de Santos pretende dar sua inestimável contribuição para o aumento do desemprego que assola o país e promover a dispensa de diversos colaboradores a partir desta sexta-feira (3).
 
Apesar do silêncio mantido por alguns companheiros, a força e o alcance da "rádio peão, o fenômeno da comunicação" falou mais alto, permitindo que a triste e surpreendente notícia sobre a existência de uma lista com aproximadamente 40 nomes de possíveis codespanos que serão sumariamente desligados se espalhasse rapidamente pelos corredores da empresa e cais do porto. 
 
Ao tomar conhecimento da sorrateira medida, imediatamente a direção do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport) acionou o departamento jurídico da entidade objetivando a adoção de uma rápida análise seguida de oportuno parecer sobre os atos intempestivos praticados pela Codesp no que tange a sumária e injusta demissão de empregados sem justa causa, muitos dos quais com relevante histórico de serviços prestados à empresa.
 
Ao contrário do comportamento amistoso e cortês manifestado na última terça (2), quando convocou os dirigentes do Sindaport para uma visita à sede da empresa objetivando uma apresentação formal do novo chefe de gabinete, Luiz Fernando Walther de Almeida, o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Fernando Biral, ao que tudo indica, está prestes a mostrar sua verdadeira face.
 
Isto porque, em nenhum momento do encontro o mandatário da Codesp deixou transparecer que, por trás daquele gesto educado, elegante e harmonioso em se tratando de uma relação capital x trabalho, um golpe sorrateiro na classe laboral já estava em pleno andamento no departamento pessoal da Docas paulista. 
 
Na ocasião, Biral aproveitou para também apresentar aos dirigentes sindicais o novo diretor de Administração e Finanças, Marcus Mingoni. Tudo ao melhor estilo "o amigo da onça", personagem criado pelo cartunista Péricles Maranhão (1924-1961), em 1943, famoso por tentar enganar seus "amigos", neste caso os dirigentes do Sindaport. 
 
Os desligamentos, caso se confirmem, ocorrem em meio à expectativa de grande adesão ao PIDV por parte de companheiros requerentes à inclusão no plano. Para tanto o Sindaport encaminhou ofício pleiteando a reabertura das inscrições para os já elegíveis, bem como para outros que almejam a adesão em questão.
 
Cabe salientar que a arbitrária medida acontece em meio a uma série de contratações que estão sendo regularmente feitas pela atual gestão, muitas das quais com o acolhimento de pessoas vindas de outras localidades e sem qualquer afinidade profissional com a atividade portuária. 
 
O flagrante contrassenso representa um triste golpe na credibilidade da empresa aos olhos da comunidade portuária como um todo, em especial a local, uma vez que, com as novas admissões, o atual comando da companhia ressuscitou a famosa vaquinha que ao longo dos anos ficou conhecida como "Mamãe Codesp".
 
Importante observar que para manter a fêmea bovina bem gorda e devidamente alimentada são necessários dispêndios vultosos com polpudos salários e demais vantagens, muitas das quais jamais concedidas aos legítimos doqueiros. 
 
E diante do flagrante aumento na folha de pagamento em razão das novas e já corriqueiras contratações, será contraditório a alegação da empresa de que as demissões se farão necessárias em virtude dos valores aportados em prol da recuperação do Portus - Instituto de Seguridade Social, ou seja, nem mesmo Pitágoras, o pai da matemática, conseguiria solucionar a equação Portus = demissão + contratação.
 
Aguardemos o parecer do nosso departamento jurídico.
 

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